Ele nunca dublou nada, mas seu nome está no imaginário de uma geração que assistiu a filmes que tinham no começo o anúncio “versão brasileira, Herbert Richers”. Referência no ramo, Richers morreu na madrugada de ontem, aos 86 anos, no Rio de Janeiro.
Ele estava internado na Clínica São Vicente, na cidade fluminense, e morreu em decorrência de problemas renais. Para surpresa de muitos que o consideravam estrangeiro, Richers nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1923. Mudou-se para o Rio em 1942 e, na década de 50, fundou a empresa de distribuição de filmes.
Foi-se uma parte da história da TV brasileira. Nos deixou Herbert Richers, considerado o dono do melhor estúdio de dublagem do mundo disse o diretor José Bonifácio de Oliveira, o Boninho.
Antes de ser popular na dublagem, Richers já era um nome importante no cinema brasileiro. Envolveu-se nas produções da Atlântida e, nos anos 60, produziu filmes como Vidas Secas (1963), e Bonitinha, Mas Ordinária (1963), entre outros.
Foi a partir de uma viagem aos EUA que trouxe a ideia de fazer dublagem e legendas para filmes estrangeiros. O incentivo veio do amigo Walt Disney, que almoçou com Richers e o contratou para dar vozes brasileiras ao desenho Zorro.
As dublagens de Herbert Richers foram exibidas em diversas emissoras. Entre os trabalhos estão a adaptação das falas de seriados e novelas como Chiquititas, Alf, o E.Teimoso, A Gata e o Rato, Família Dinossauro e Monk. Além da dublagem de desenhos animados como Caverna do Dragão, He-Man, Popeye e Pica-Pau.
Era um homem corajoso. Acreditava em filmes que pareciam absurdos, não tinha medo de nada diz seu filho Richers Jr.
(FONTE: Zero Hora – 20/11/2009 – Rio de Janeiro – Brasil)