Sergio Machado, empresário, presidente da Editora Record, ajudou a revolucionar o mercado editorial no Brasil

0
Powered by Rock Convert

Sergio Machado, presidente do grupo editorial Record

Funcionário desde 1972, ele assumiu o comando da empresa após a morte do pai

Sergio Machado, presidente do Grupo Editorial Record (Foto: Divulgação/Grupo Editorial Record)

Sergio Machado, presidente do Grupo Editorial Record (Foto: Divulgação/Grupo Editorial Record)

 

Sergio Machado (maio de 1948 – Rio de Janeiro, 19 de julho de 2016), presidente do grupo editorial Record. Empresário, presidente da Editora Record, ajudou a revolucionar o mercado editorial no Brasil

Sergio Machado nasceu em maio de 1948. Era filho de um dos fundadores da editora, Alfredo Machado, que criou a casa em 1942 ao lado de Décio Abreu, tio de Sergio.

Machado era filho do fundador da Record, Alfredo, que montou a empresa em parceria com um cunhado, em 1942. Até o começo dos anos 1970, Machado não se imaginava atuando no mercado editorial. Era funcionário da mineradora Vale, radicado em Vitória, no Espírito Santo. Ao receber o convite do pai – quase uma intimação – para se juntar a ele na empresa, não relutou em aceitar. Era a única maneira de poder voltar a morar no Rio de Janeiro. Com a morte do pai, em 1991, Machado assumiu as rédeas do negócio e logo imprimiu suas digitais na administração da Record.

Economista de formação, ele entrou na empresa aos 24 anos, depois de passar pela Vale do Rio Doce. Após a morte do pai, em 1991, assumiu a editora e investiu na aquisição de outras casas e diversificação do catálogo. Também foi presidente do Sindicato Nacional do Editores de Livros (Snel) entre 1993 e 1999.

Funcionário do grupo desde 1972, quando era economista e funcionário da Vale do Rio Doce, Sergio foi contratado pelo pai e cofundador da Record (ao lado de Décio Abreu, seu tio), Alfredo Machado. Ele assumiu o comando do grupo em 1991. Desde então, expandiu os negócios do conglomerado carioca, comprando editoras e criando selos para diversificar o catálogo.

No lançamento de Tieta do Agreste, em 1977, o jovem economista Sergio Machado, ainda um novato na empresa da família, a Editora Record, teve uma ideia original. Ele botou um avião para sobrevoar as praias cariocas, alardeando o novo livro, que viraria um sucesso de vendas. O episódio sintetiza com nitidez a persona de Machado, que presidia o grupo editorial desde o início da década de 1990.

Hoje, o grupo abrange 15 selos, como Bertrand Brasil, Nova Era, Civilização Brasileira e Livraria José Olympio Editora. A empresa é o maior conglomerado editorial da América Latina, reunindo quatro mil autores nacionais e estrangeiros, entre eles mais de 20 ganhadores do Prêmio Nobel, e cerca de oito mil títulos.

Atualmente, o Grupo Editorial Record tem cerca de 8 mil títulos ativos. Além da Record e dos selos Galera e Galerinha, o grupo é proprietário da Bertrand Brasil e do selo Difel, das editoras José Olympio, Civilização Brasileira, Paz e Terra, Verus, BestSeller (incluindo o selo Best Business), as Edições BestBolso, Rosa dos Tempos, Nova Era e Viva Livros.

Depois que a empresa adquiriu uma superimpressora, num investimento ousado para a época, ele pôde levar a cabo a ideia de reposicionar a marca. Um dos primeiros passos foi diversificar os títulos da casa, um caminho que outras editoras trilhariam depois. Dentro dessa mesma concepção, passou a comprar editoras, como foi o caso da Bertrand Brasil, da José Olympio e da Civilização Brasileira. Criou selos voltados para a autoajuda, a literatura fantástica e para os leitores mirins. Seu desafio mais recente era adequar a editora aos novos tempos digitais.

Machado fazia questão de cuidar pessoalmente da obra de alguns autores estrangeiros. Era assim que procedia com os trabalhos de Gabriel García Márquez, Umberto Eco e Pablo Neruda. Entre as escritoras, era muito próximo de Nélida Piñon e Lya Luft. Machado estava escrevendo sua biografia. Um dos episódios que narra é o sequestro da irmã, ocorrido em 1997, quando ele participava da Feira do Livro de Frankfurt.

Sergio Machado morreu em 19 de julho de 2016, aos 68 anos, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações de uma cirurgia cerebral que fez em novembro de 2015.

Em entrevista ao GLOBO em 2012, ano de comemoração dos 70 anos de fundação da editora, o editor dizia que o grupo septuagenário estava “com corpinho de 25” para encarar as mudanças do mercado editorial — naquele ano, Amazon, Google e Apple iniciavam suas operações no país.

— No negócio editorial, a gente trabalha com ideias e muita novidade. A modificação do portfólio de livros lançados é quase obrigatória. A grande lição foi sempre ter uma disciplina financeira muito forte, com direitos autorais, impostos, tudo pago em dia. É isso que nos deixa preparados para enfrentar as situações que aparecem. Se você vir a história das editoras que sucumbiram, foi sempre pelo lado financeiro — afirmou Sergio. — Estava até brincando outro dia que a nossa fundação se deu junto com a criação do cruzeiro (a moeda). Desde então, nós ganhamos mais zeros do que o cruzeiro perdeu.

Em nota, Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livro (Snel), lamentou a morte de Machado e destacou o papel que desempenhou no mercado editorial brasileiro.

“É uma enorme perda. Sergio foi um dos editores mais notáveis do país e, ao lado de sua irmã Sônia Jardim, construiu um dos grupos mais importantes da indústria editorial brasileira. Foi um presidente fundamental para o Snel. Deixa saudades e um imenso legado”, disse Pereira.

Quem assume agora a presidência do Grupo Editorial Record é Sônia Machado Jardim, irmã e sócia de Sergio.

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/07 – POP & ARTE – Do G1, em São Paulo – 20/07/2016)

(Fonte: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/07 – VIDA/ Por SÉRGIO GARCIA – 20/07/2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livros – CULTURA – LIVROS – POR O GLOBO – 20/07/2016)

© 1996 – 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.

Powered by Rock Convert
Share.