Integrante do famoso pódio da Olimpíada de 1968
Peter George Norman (Coburg, Austrália, 15 de junho de 1942 – Melbourne, Austrália, 3 de outubro de 2006), ex-velocista e atleta australiano, foi medalha de prata nos 200 metros rasos dos Jogos Olímpicos do México, em 1968, ocupou o pódio ao lado de dois atletas negros norte-americanos que fizeram a saudação do grupo Panteras Negras
Ele foi medalha de prata nos 200 metros rasos na Olimpíada de 1968, na Cidade do México, mas não foi seu desempenho na pista que o tornou famoso. Ao subir ao pódio ao lado dos norte-americano Tommie Smith, medalha de ouro, e John Carlos, bronze, Norman se tornou coadjuvante de uma das imagens mais famosas da história dos Jogos Olímpicos. Smith e Carlos, membros do grupo Panteras Negras, protestaram contra o racismo nos Estados Unidos com luvas negras nas mãos e apenas meias nos pés. Na hora do hino norte-americano, baixaram a cabeça. Norman também participou do protesto, usando um distintivo em favor dos direitos humanos presenteado pelos norte-americanos.
O australiano fez parte de uma das cerimônias de entrega de medalhas mais famosas da história da Olimpíada, quando Tommie Smith, vencedor, e John Carlos, terceiro colocado, levantaram os punhos, com uma luva negra, e abaixaram a cabeça durante a execução do hino dos Estados Unidos. A atitude foi um protesto contra as discriminações raciais que a comunidade negra sofria em seu país.
Norman, atleta branco, usava uma insígnia em favor dos direitos humanos e em apoio aos dois atletas norte-americanos. A manifestação política dentro do movimento olímpico provocou uma grande revolta, em particular nos Estados Unidos. Smith e Carlos tiveram que deixar o México imediatamente.
Normam recebeu uma multa por parte das autoridades australianas.
“Fiquei feliz por me identificar a eles e aos princípios que defendiam”, disse o australiano, que foi multado pelos dirigentes de seu país pela atitude – Smith e Carlos foram expulsos da equipe olímpica e deixaram o México às pressas. “Eles sacrificaram suas vidas por causa do que acreditavam.”
Em 2005, os três voltaram a se encontrar num ato político nos Estados Unidos.
Mas Peter Norman também teve seus méritos como atleta. Foi pentacampeão australiano dos 200 metros rasos, entre 1966 e 1970, e seu tempo naquela final olímpica, 20s06, até hoje é o recorde nacional da distância.
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