Helmut Schmidt ex-chanceler alemão governou a Alemanha de 1974 a 1982, e seu governo foi marcado pela crise do petróleo e pelo combate ao terrorismo da RAF.
Ex-líder social-democrata
Schmidt foi chanceler federal de 1974 a 1982 , dando continuidade ao governo da coalizão entre Partido Social-Democrata (SPD) e Partido Liberal Democrático (FDP), iniciado em 1967 com o chanceler federal Willy Brandt.
O ex-chanceler federal da Alemanha Helmut Schmidt, ex-líder social-democrata, foi chanceler entre 1974 e 1982,
Brandt deixara o governo em 1974, em meio a um escândalo de espionagem por parte da Alemanha Oriental. Günter Guillaume, um assessor próximo de Brandt, era na verdade um espião comunista.
No governo Brandt, Schmidt havia sido líder da bancada social-democrata no Bundestag (câmara baixa do Parlamento) e ministro da Defesa e, a partir de 1972, das Finanças. Quando Brandt deixou o governo, Schmidt era seu sucessor natural.
Chanceler em 1974, após a renúncia de outra grande figura da social-democracia alemã, Willy Brandt, Helmut Schmidt foi reconduzido em 1976 e 1980.
Inflexível ante a violência do grupo de extrema-esquerda “Facção do Exército Vermelho” (RAF), conduziu reformas sociais. O “Chanceler de Ferro” foi o primeiro a denunciar a implantação de foguetes SS-20 soviéticos em 1977 e a defender os euro-mísseis da Otan.
Europeísta convicto, ele havia criticado a forma como seu sucessor Helmut Kohl conduziu a unificação da Alemanha.
Helmut Schmidt também foi o “pai”, ao lado do ex-presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, do Sistema Monetário Europeu (SME).
Aposentou-se da vida política há mais de 30 anos, mas continuou a contribuir para os debates políticos e intelectuais de seu país.
Autor de 30 livros, foi editor (1983) e diretor (1985-1989) de “Die Zeit”, uma das revistas alemãs de mais prestígio.
Entre os principais desafios enfrentados por Schmidt durante seu governo estão a crise do petróleo e a consequente recessão internacional e o terrorismo da Fração do Exército Vermelho (RAF) . O ponto máximo desse terrorismo foram os sequestros do empresário alemão Hanns-Martin Schleyer (1915-1977) e de um avião da Lufthansa na capital somali, Mogadíscio, em outubro de 1977.
O objetivo de ambos os atos era pressionar pela libertação de terroristas da RAF de prisões alemãs, mas Schmidt se mostrou inflexível. Numa ação extremamente arriscada, ordenou que o avião da Lufthansa fosse libertado por uma unidade especial da polícia alemã.
Schleyer foi morto pelos sequestradores , depois de o governo alemão se negar a atender às exigências deles. Schmidt assumiu a responsabilidade política pela morte do empresário. Os sequestros e a crise que se seguiu entraram para a história como o Outono Alemão.
Em 1979, Schmidt apoiou a instalação de novas armas nucleares na Alemanha Ocidental pela Otan, entrando em conflito com o próprio partido e também com o FDP, parceiro de coalizão. Em 1982, os ministros do FDP deixaram o governo, o que levou ao fim da era Schmidt.
Com o apoio do FDP, a União Democrata Cristã (CDU), liderada por Helmut Kohl, retornou ao governo alemão ainda em 1982.
Schmidt, que nascera em 23 de dezembro de 1918 em Hamburgo , permaneceu até 1987 no Bundestag. Em 1983, ele se tornou um dos editores do jornal alemão Die Zeit e passou a publicar artigos e livros. Aos poucos, tornou-se uma das vozes mais ouvidas e respeitadas da sociedade alemã.
Helmut Schmidt faleceu em 10 de novembro de 2015, aos 96 anos, na sua residência, em Hamburgo (norte do país). O estado de saúde do ex-chanceler havia se deteriorado muito no dia 7 de novembro.
Fumante inveterado, equipado com um marca-passo desde 1981, Helmut Schmidt foi vítima de um ataque cardíaco em 2012 e foi submetido a uma cirurgia para realizar uma ponte de safena.
Hospitalizado em agosto devido a uma desidratação e operado em setembro por um coágulo de sangue em uma perna, Helmut Schmidt sofria de uma infecção indefinida e não tinha “praticamente nenhuma resistência”, disse seu médico, Dr. Heiner Greten a um jornal local.
Fumante inveterado

Helmut Schmidt em uma cerimônia em 2011; fumante inveterado, ele não deixava o cigarro nem em eventos oficiais (Foto: Thomas Peter/Reuters)
Fumante inveterado, equipado com um marca-passo desde 1981, Helmut Schmidt foi vítima de um ataque cardíaco em 2012 e foi submetido a uma cirurgia para realizar uma ponte de safena.
(Fonte: http://www.dw.com/pt – a-18837435 – NOTÍCIAS – ALEMANHA – 10.11.2015)
(Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/11 – MUNDO – Do G1, em São Paulo – 10/11/2015)