Siegfried Buback, foi o procurador-geral da República alemã entre 1974 e 1977

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Siegfried Buback, foi o procurador-geral de Justiça da Alemanha Ocidental (Foto: www.faz.net/Divulgação)

Siegfried Buback, foi o procurador-geral de Justiça da Alemanha Ocidental (Foto: www.faz.net/Divulgação)

Siegfried Buback (Wilsdruff, Alemanha, 3 de janeiro de 1920 – Karlsruhe, 7 de abril de 1977), foi o procurador-geral de Justiça da Alemanha Ocidental entre 1974 até sua morte, em abril de 1977

Ironicamente, Siegfried Buback, foi um profundo conhecedor da violência política na Alemanha, concluíra um longo estudo encaminhado ao governo no início de 1977, constatando que os atentados e a violência na Alemanha estavam recrudescendo – e deveriam manter essa tendência.

Embora, alvo natural do rancor de muitos condenados alemães, Buback, 57 anos, era um homem despreocupado com sua segurança pessoal. Não parecia atemorizá-lo nem mesmo o fato de estar a seu cargo a acusação contra os mais ativos terroristas do país, entre os quais os remanescentes do grupo anarquista Baader-Meinhof – acusado, até o início de seu declínio, em 1972, por nada menos que cinco assassínios, sessenta tentativas de homicídio, ferimentos em 54 pessoas e um número não contabilizado de atentados a bomba, incêndios criminosos e assaltos a mão armada.

Ao contrário de outros executivos políticos (status de ministro) do governo federal, Buback dispensara qualquer escolta de proteção, não se utilizava de automóvel blindado e não dava importância a inscrições como a que se podia ler numa faixa colocada por anarquistas em 8 de abril, na rua Leibniz, em Berlim Ocidental: “Macht aus Buback Zwieback”, ou “façam torrada de Buback”.

Às 9h15 do dia 7 de abril, num cruzamento no centro de Karlsruhe, 280 quilômetros ao sul de Bonn, essa altivez se revelaria fatal: o procurador geral foi morto dentro de seu Mercedez-Benz por disparos de metralhadora feitos por dois desconhecidos que viajavam numa motocicleta, membros da Facção do Exército Vermelho (RAF) durante a viagem de sua casa em Neureut para o Bundesgerichtshof em Karlsruhe.

O governo, sob a coordenação do ministro das Relações Exteriores e vice-chanceler Hans-Dietrich Genscher – à frente do gabinete enquanto o chanceler Helmut Schmidt passava férias no norte do país – rapidamente ordenou um alarme geral por toda a Alemanha.

Ao mesmo tempo, o ministro do Interior, Werner Mainhofer, anunciou a instituição de um prêmio de 200 000 marcos, o mais elevado já oferecido pelo governo de Bonn, para que ajudasse na captura dos dois terroristas. Finalmente, o retrato falado da pessoa que teria alugado, dias antes, em Düsseldorf, a motocicleta Suzuki 750 utilizada no crime, foi transmitida pela televisão.

O crime provocou uma profunda indignação nacional. “Foi um ato bárbaro e covarde”, clamou o ex-chanceler e atual presidente na época, do Partido Social-Democrata, Willy Brandt.

(Fonte: Veja, 13 de abril de 1977 – Edição 449 – ALEMANHA – Pág: 40/42)

 

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