Biógrafo de Fellini
Tullio Kezich (Trieste, 17 de setembro de 1928 – Roma, 17 de agosto de 2009), crítico de cinema do jornal italiano Corriere della Sera
Kezich foi também biógrafo de grandes nomes do cinema italiano, como Federico Fellini e o produtor Dino Laurentiis. Kezich foi personagem importante da cena cultural em seu país, não se restringindo ao exercício da crítica. Colaborou em roteiros e adaptou obras literárias para teatro e TV.
O crítico adotou a cidade de Roma, que conheceu como ninguém. De Fellini, escreveu a melhor biografia que se tem notícia até hoje, “Fellini – Uma Biografia”. Em parceria com Olmi fez “A Lenda do Santo Beberrão” (1988), com Rutger Hauer, que ganhou o Leão de Ouro em Veneza.
A principal atividade, porém, sempre foi como crítico de cinema. Kezich cobriu mais de 60 edições do Festival de Veneza, primeiro para a Rádio Trieste e, mais recentemente, como crítico do “Corriere della Sera”, um dos principais diários italianos.
Em 2009 lançou Noi che Abbiamo Fatto “La Dolce Vita”, um diário de filmagem do clássico de Fellini.
Tullio Kezich morreu em 17 de agosto de 2009, em Roma, aos 80 anos.
A Biennale di Venezia anunciou que uma competição para jovens ensaístas lançada em 2009, recebeu o nome de Kezich. “Será uma maneira de mantê-lo conosco em todas as futuras edições do Festival de Veneza”, disse Paolo Baratta, presidente da Biennale, apontando que Kezich esteve credenciado para cobrir o festival de 1946 a 2008 e também foi membro do comitê de seleção nos anos 1960.
(Fonte: http://cinema.uol.com.br/ultnot/ap/2009/08/17 – MILÃO, ITÁLIA – ENTRETENIMENTO – CINEMA – 17/08/2009)
(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/artes – CULTURA – ARTES – O ESTADO DE S. PAULO – 18/08/2009)
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Tullio Kezich (1928-2009)
Várias vezes conversei com ele. Disse que havia lido a sua excelente biografia de Federico Fellini, aqui publicada pela LP& M. Ele me perguntou se eu conhecia outra biografia, a de Dino de Laurentiis, que ele havia lançado há pouco. Disse-lhe que tinha lido a respeito mas ainda não possuía o livro. Queria comprar e pedir-lhe uma dedicatória. Na correria do festival acabei esquecendo e assim ficou. Nos outros anos nos víamos, nos cumprimentávamos e eu sempre o lia. Não para concordar com ele, porque não é para isso que lemos os críticos, mas porque escrevia com estilo, tinha ideias pessoais e as expressava com a precisa elegância de alguns dos bons escritores italianos.
Faz algum tempo, a pesquisadora Mariarosaria Fabris, também ela italiana, me enviou um texto, uma resenha do último livro de Kezich sobre a filmagem de La Dolce Vita, de Fellini. O texto foi publicado no Caderno 2 e, pelo que nele lemos, parece ser um livraço. Agora que Tullio se foi, aos 80 anos, esperamos que essa obra seja traduzida em português. Kezich era um homem da cultura italiana e não apenas um crítico de cinema. Escreveu roteiros, adaptou obras literárias e até levou para a televisão A Consciência de Zeno, de Italo Svevo, triestino como ele. Kezich foi um belo exemplo de intelectual que tinha o cinema como foco principal, mas não único, de seu trabalho.