Antônio Augusto Borges de Medeiros, sob o estigma de participar de uma ditadura positivista, irrompeu o século como um dos principais protagonistas da política brasileira.
Filiado ao Partido Republicano de Caçapava do Sul, sua terra natal, Borges foi por 25 anos o presidente da Província do Rio Grande do Sul. Delegado, deputado constituinte, desembargador fundador do Superior Tribunal de Justiça do Estado e tenente-coronel na Revolução Federalista, Borges permeou sua vida pública pela causa republicana, pelo autoritarismo e pela capacidade de administrar a máquina governamental. Herdeiro político do ex-presidente da Província Júlio de Castilhos, Borges sucedeu-o em 1898. A partir de então, governou até 1928 com exceção do quinquênio 1908-1913. Venceu todos os processos eleitorais que disputou, sempre sob denúncias de fraude.
Em 1922, derrotado nas urnas, Assis Brasil acusou Borges de manipular o pleito e no ano seguinte provocou a Revolução de 23. Em nome da paz no Estado, Borges assinou o Tratado de Pedras Altas, no qual comprometeu-se a deixar o governo ao fim de seu mandato.
Sua influência, porém, permaneceu na política gaúcha até 1937, quando se retirou por completo da vida pública, decepcionado com o Estado Novo decretado por seu ex-pupilo Getúlio Vargas. Até sua morte em 1961, aos 97 anos, manteve distância da atividade política.
(Fonte: Zero Hora – Porto Alegre, 30 de dezembro de 1999 – Edição n° 12.551 – Século 20/Rio Grande – O homem – Pág; 4)