PRIMEIRA MULHER A INGRESSAR NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
Raquel de Queiroz (1910-2003), professora, jornalista, romancista, cronista e teatróloga brasileira. Nasceu em Fortaleza, no Ceará no dia 17 de novembro. Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, onde ocupava a cadeira de número 5, para a qual foi eleita em 1977.
Começou a escrever aos 20 anos, quando publicou, em 1930, o romance O quinze, em que descrevia as agruras da seca no nordeste brasileiro. Como jornalista e cronista, colaborou com publicações como o Cruzeiro, Diário de Notícias e, mais recentemente, com o Estado de São Paulo e o Correio do Povo. Autora de 23 livros individuais e de quatro com outros escritores, já teve suas obras publicadas nos Estados Unidos, na França, na Alemanha e no Japão. Em 1993, foi agraciada com o cobiçado Prêmio Camões, de Portugal, a mais alta honrária para escritos em língua portuguesa.
Entre suas obras mais reconhecidas, estão Caminhos de pedras (1937) e Memorial de Maria Moura (1992), que ganhou adaptação para a TV. O presidente da ABL, Alberto da Costa e Silva, disse que o Brasil, de uma certa forma, fica menor com a morte de Rachel. O país perde uma das expressões mais agudas, mais firmes, uma das vontades mais fortes do século XX e uma das escritoras de estilo mais agradável e direto que o Brasil já teve.
Morreu, aos 92 anos, a escritora Rachel de Queiroz, vítima de enfarte enquanto dormia, em seu apartamento no Leblon, zona Sul do Rio de Janeiro.
(Fonte: Jornal do Correio do Povo OBITUÁRIO – LITERATURA 05 de novembro de 2003 Pág. 00)