Médico, diretor de hospitais, professor e pesquisador.
‘Minha vida foi toda dedicada à UFRJ’, disse, em entrevista à faculdade.
Clementino Fraga Filho (Salvador, 11 de agosto de 1917 – Rio de Janeiro, 11 de maio de 2016), médico, diretor de hospitais, professor e pesquisador que dá nome ao hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, Zona Norte da cidade.
Nascido em Salvador (BA) , em 11 de agosto de 1917, o médico foi um dos principais responsáveis pela construção do hospital universitário e, entre 1978 e 1985, foi o primeiro diretor geral da unidade.
Matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil em 1934. Na ocasião, recebeu o prêmio Berchon Des Essats por ter obtido as melhores notas.
Em maio de 1940, foi nomeado assistente de clínica médica da Faculdade Nacional de Medicina. Em 1944, conquistou o título de livre-docente na UFRJ. Durante 18 anos de exercício da cátedra, chefiou o serviço de clínica médica no Hospital da Santa da Casa de Misericórdia, até ser convocado para tarefas administrativas, onde desenvolveu intensa atividade didática e científica, tendo publicado cerca de 450 trabalhos.
A partir de 1954, foi diretor do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil, onde permaneceu por 12 anos. Em 1957, foi eleito titular da Academia Nacional de Medicina. Em 1966, foi eleito vice-reitor da universidade e assumiu a reitoria dias após, em virtude do afastamento do então reitor Raymundo Moniz de Aragão. Durante essa gestão, incorporou ao patrimônio da universidade, em definitivo, o campus da Praia Vermelha.
Em 1969, o conselho universitário o elegeu primeiro da lista sêxtupla para reitor, em novo quadriênio, mas renunciou por não desejar afastar-se das atividades profissionais, no magistério e na clínica.
Chefiou também o serviço de clínica médica do Hospital da Santa da Casa de Misericórdia e foi diretor do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil. Foi ainda reitor da UFRJ e participou de comissões no Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Em 1974, foi nomeado diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ. Foi, então, designado pelo reitor Hélio Fraga para presidente da comissão de implantação do Hospital Universitário. Inaugurado o hospital, em 1º de março de 1978, foi seu diretor geral até outubro de 1985.
No período entre 1980 e 1982, foi presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, na qual desenvolveu programa visando à melhoria das condições do curso de graduação das escolas médicas. Em 1985 e 1989, participou de comissões no MEC e no Conselho Federal de Educação para a avaliação e reformulação do ensino médico.
Em 1986, após aposentar-se no cargo de professor titular, foi eleito professor emérito da UFRJ. Pouco depois, recebeu a medalha de ouro por 50 anos de serviços prestados à universidade e, graças à decisão do conselho universitário, teve seu nome dado ao Hospital Universitário.
Membro efetivo e honorário de muitas instituições estrangeiras, como a Societé Médicale des Hôpitaux de Paris, American Gastroenterological Association, International Association for the Study of the Liver, American College of Physicians, Academia Nacional de Medicina de Buenos Aires, Associación Médica Argentina, Sociedade Internacional de Medicina Interna. É cidadão honorário do Estado do Rio de Janeiro. Ainda recebeu as Ordens de Rio Branco, do Mérito Naval e a do Infante D. Henrique, de Portugal; a medalha do Governo do Estado da Guanabara; e o prêmio Alfred Jurzikowsky, da Academia Nacional de Medicina, por sua obra educacional.
Além de médico e gestor, Clementino se destacou como professor e pesquisador e fazia parte da Academia Nacional de Medicina.
Segundo o site do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), a homenagem de batizar o hospital com seu nome, em 1978, registra “na memória todo o seu esforço para tornar o sonho uma realidade”.
Uma frase do próprio médico é destacada na página: “A vida de uma instituição depende de muitas vidas que a ela se dedica”. Clementino Fraga Filho deixa três filhos, cinco netos e quatro bisnetos.
Clementino morreu em 11 de maio de 2016, aos 98 anos. Clementino sofria de Mal de Parkinson e morreu em casa, no Rio de Janeiro.
“Prestamos nossos sentimentos aos amigos e familiares do professor, que tanto contribuiu para a UFRJ. ‘A minha vida foi toda dedicada à Universidade Federal do Rio de Janeiro’, disse ele em uma de suas últimas entrevistas à nossa Coordenadoria de Comunicação”, diz nota de pesar da UFRJ.
(Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/05 – RIO DE JANEIRO – NOTICIA – MEDICINA – 12/05/2016)
(Fonte: http://www.anm.org.br – Academia Nacional de Medicina)