Foi pioneiro na luta pelos direitos dos homossexuais

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Foi pioneiro na luta pelos direitos dos homossexuais

Frank Kameny, pioneiro na luta pelos direitos dos homossexuais

 

O ativista conseguiu que algumas das leis anti-homossexuais fossem revogadas (FOTO: PETE SOUZA/CASA BRANCA)

O ativista conseguiu que algumas das leis anti-homossexuais fossem revogadas (FOTO: PETE SOUZA/CASA BRANCA)

 

Frank Kameny (Nova York, 21 de maio de 1925 – Washington, 11 de outubro de 2011), ativista norte-americano pioneiro na luta pelos direitos dos homossexuais ainda na década de 1960

Franklin Edward “Frank” Kameny chegou a trabalhar como astrônomo para o Estado durante cinco meses, ainda na década de 1950. No entanto, quando em 1957 foi descoberta a sua orientação sexual, que na altura foi apelidada de “perversão”, foi despedido e impedido de trabalhar em qualquer emprego federal.

Contudo, Kameny não se conformou e deu início à sua luta ativa contra a discriminação em função da sexualidade. Reclamou junto da agência que o demitiu e chegou a recorrer ao Congresso e a Casa Branca, tendo mesmo levado o caso aos tribunais, tornando-o no primeiro processo instaurado com base na defesa da orientação sexual, apesar de ter perdido. Em 1965, com um grupo de duas dezenas de outros ativistas, onde se incluía Barbara Gittings, protagonizou o primeiro protesto em nome dos direitos dos homossexuais à porta da Casa Branca.

O ativista ficou também célebre quando, em 1968, criou o slogan “Gay is Good”, como forma de desmistificar a homossexualidade e tentar ultrapassar a visão negativa que se tinha sobre o tema, escreve a AFP. Ainda assim, foi apenas recentemente, em 2009, que recebeu um pedido formal de desculpas por parte dos Estados Unidos, pelas razões que motivaram o seu despedimento nos anos 1950. O pedido de desculpas foi feito pela agência que gere as contratações a nível federal – organismo que neste momento é liderado por John Berry, um homossexual assumido.

Ligado a vários movimentos de luta contra a homofobia, Kameny ficou sobretudo associado ao Grupo Nacional Gay e Lésbico que fundou e que num comunicado afirma que “a sua morte representa uma perda terrível”. Alguns dos seus bens, onde se integram 70.000 cartas, documentos e objetos, desde 2006 que já se encontram na biblioteca do Congresso, formando “indiscutivelmente a coleção mais completa sobre o movimento pelos direitos nos homossexuais nos Estados Unidos”, revela o mesmo comunicado.

O astrônomo conseguiu também contribuir para que algumas das leis anti-homossexuais fossem revogadas, e para que a homossexualidade deixasse de ser classificada como uma doença psiquiátrica. O Washington Post relata mesmo que Kameny invadiu um congresso da Associação Americana de Psiquiatria, em 1971, tendo tomado o microfone para proclamar: “Nós não somos o problema. Vocês são o problema!”

Foi ainda das primeiras pessoas a ser chamado pelo Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aquando da abolição da lei conhecida como “Don’t ask, don’t tell”, que obrigava os militares homossexuais a manterem a sua orientação sexual em segredo, sob pena de serem afastados. Em 2010, tornou-se numa das primeiras pessoas a beneficiar da lei de igualdade do casamento para gays e lésbicas na capital, tendo nesse mesmo ano sido inaugurada na cidade uma rua com o seu nome.

Frank Kameny faleceu em 11 de outubro de 2011, em Washington, nos Estados Unidos, com 86 anos, na sequência de complicações cardíacas.

(Fonte: https://www.publico.pt/sociedade/noticia – SOCIEDADE/ Por PÚBLICO – 13/10/2011)

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