Lina Bo Bardi, foi a primeira arquiteta brasileira consagrada com o Leão de Ouro

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Lina Bo Bardi é a primeira arquiteta brasileira consagrada com o Leão de Ouro

 

Foi uma das arquitetas de maior importância e expressividade na arquitetura brasileira do século XX

 

Lina Bo Bardi (Roma, Itália, 5 de dezembro de 1914 – São Paulo, 20 de março de 1992), arquiteta nascida em Roma, que deixou marcos no Brasil, como o Masp e o Sesc Pompeia, dois edifícios que mais claramente expressam sua arquitetura da coletividade. Nome fundamental na arquitetura brasileira, foi uma das poucas professoras mulheres na Universidade de São Paulo nos anos 1950, ensinando também para raras alunas do sexo feminino.

Lina Bo Bardi tem no Museu de Arte de São Paulo, com seu vão livre de 70 metros e apenas quatro colunas de concreto sustentando o edifício, sua mais célebre criação, sucesso desses dois espaços e sua permanência diante de décadas de uso atestam a clareza da antevisão de Lina.

Casada com o crítico de arte, criador e ex-diretor do Masp Pietro Maria Bardi, Lina, uma mulher de temperamento forte e arrojado, sempre teve luz própria na vida cultural brasileira.

Ao longo de uma carreira de 52 anos, com incursões pelo mundo do design e da cenografia, ela ficou conhecida tento por sua personalidade impetuosa quanto pela centena de projetos arquitetônicos que assinou. Ateia, bom copo e militante esquerdista na juventude, durante o fascismo na Itália ela proclamava: “Eu sou stalinista, militarista e antifeminista”. Na arquitetura, a marca registrada de sua prancheta modernista é a integração à paisagem de elegantes formas arquitetônicas, geralmente caixas de concreto e vidro.

Quando, em 1958, a prefeitura de São Paulo exigiu que o projeto do Masp preservasse o mirante original da Avenida Paulista, de onde se avistava o centro da cidade, a solução vencedora de Lina optou pela elevação do edifício sobre um vão livre com 8 metros de altura. Também foi dela a ideia de colocar as telas da pinacoteca do 2° andar suspensas em placas de vidro. Filha de uma próspera família italiana, Lina veio para o Brasil em 1946, logo depois de seu casamento, a convite de Assis Chateaubriand, que alimentava a ideia de erguer no Brasil um museu com uma coleção de Primeiro Mundo.

Antifeminista antes mesmo da criação do feminismo, Lina, que não deixou filhos, dizia: “Tomei a decisão de não ser mãe aos 6 anos. É uma responsabilidade terrível”. Recentemente, desenvolvia dois projetos: o da nova sede da prefeitura paulistana, no Parque Dom Pedro II, e o de um novo centro cultural nos antigos estúdios da companhia cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo do Campo.

 

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Lina Bo Bardi faleceu dia 20 de março de 1992, aos 77 anos, de embolia pulmonar, em São Paulo.

(Fonte: Veja, 25 de março de 1992 – Edição 1227 – Datas – Pág; 85)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/03 – ILUSTRADA / ANÁLISE / por Francesca Angiolillo – 8.mar.2021)

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