Dirigiu a produção do primeiro filme sonoro, “O Cantor de Jazz”.

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Darryl F. Zanuck, produtor americano de cinema. Um dos poucos magnatas do cinema americano que não era imigrante nem judeu, Zanuck nasceu numa família protestante de Nebraska, no meio-oeste, descendente dos pioneiros que ocuparam a região com seus carroções no século passado. Para participar da I Guerra Mundial, falsificou sua idade e tornou-se soldado aos 15 anos. De volta do front, estabeleceu-se na nascente Hollywood – cumprindo o sonho de dedicar-se ao cinema, que tivera ao ver o primeiro filme aos 6 anos de idade.

Foi subindo, sempre em tarefas administrativas (nunca esteve a frente ou atrás de uma câmara), na empresa Fox, na qual em 1927, aos 25 anos, já tinha lugar de destaque, a ponto de ter dirigido a produção do primeiro filme sonoro, “O Cantor de Jazz”. Em seguida, saiu da Fox, para atuar na Warner como roteirista do seriado “Rin-Tin-Tin”, sobre um cachorro heróico. Zanuck teve então a ideia de “contratar” seis cachorros, todos da mesma raça e da mesma cor, cada um supertreinado para determinada façanha, apresentados como um cão só – e os fãs do seriado achavam que Rin-Tin-Tin era capaz de tudo. O seriado alcançou êxito excepcional.

Depois, Zanuck, de novo como produtor, teve outra ideia rendosa: fazer filmes sobre gangsters – e surgiram “O Pequeno César”, com Edward G. Robinson, e “O Inimigo Público Número Um”. Finalmente, em 1933, cansado de ser assalariado, Zanuck desligou-se da Warner e, com Josep Schenk, vindo da Unidet Artists, fundou a 20th Century fundiu-se com a Fox, com Zanuck como diretor-geral. Convocado para a II Guerra Mundial, chegou a coronel, e no pós-guerra foi produzindo outros êxitos, como “As Vinhas da Ira”, “Como Era Verde o Meu Vale”, “A Cova das Serpentes”, “Pinky”, “A Lua é Para Todos”, “Só Resta Uma Lágrima”, “As Três Faces de Eva”. Nesse período, teve três grandes perdas: lhe ofereceram Elizabeth Taylor e Marilyn Monroe e ele as ignorou; e a luso-brasileira Carmen Miranda, na qual fizera grandes investimentos, teve sua carreira destruída por ter sido fotografada dançando a rodar a saia e sem calcinhas. Em 1956, Zanuck afastou-se da Fox (continuando como acionista) e lançou como produtor individual “O Mais Longo dos Dias”. Voltou a Fox em 1960 e deixou-a a seu filho Richard em 1971, mas depois teve de afastá-lo da empresa, por causa dos grandes prejuízos. De longe, Zanuck passou a acompanhar o lançamento de novos êxitos: “A Noviça Rebelde”, “Tubarão”, “Tora Tora Tora”, “Patton”, “MASH”.

Seu rendimento pessoal chegou ao equivalente a 2 milhões de cruzeiros mensais, em parte pela “roupa velha”, sistema que lançou: comprados os direitos autorais de um argumento, fazia com ele três ou mais filmes. Esteve casado 30 anos com Virginia Fox, mas dela se divorciou aos 54 anos e sucessivamente casou ou namorou com as francesas Bella Darvi e Juliette Greco (cantora e musa do existencialismo sartreano, que fracassou na carreira cinematográfica lançada por Zanuck), a curvilínea Abbey Lane (ligada ao maestro Xavier Cugat), Irene Demick e outra francesa, Geneviere Gilles. De todas, apenas Virginia esteve presente ao seu leito de morte.
Zanuck morreu no dia 23 de dezembro de 1979, aos 77 anos, de pneumonia, no Hospital Desert Community, em Palm Springs, Califórnia.

(Fonte: Veja, 2 de janeiro, 1980 – Edição 591 – Datas – Editora Abril – Pág; 42/43)

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