Júlio Titow, Yúra. Famoso passarinho, apelidado assim pelo extraordinário Milton Jung. Nasceu em 4/11/52. Pai de Fabian, Rodrigo, Fernanda, Bruna, Stefanie e Yúra. Diz não ter inimigos e isto é um orgulho para um homem extremamente polêmico. Um guerreiro dentro de campo. Esteve nos piores momentos do clube em comparação com o arquirrival. Ama o Grêmio. Cada vez mais. Briga pelo clube. Jogou oito anos na Azenha. Teve carreira curta. Começou na várzea, no Itapeva. Com 19 anos foi para o juvenil do Tricolor. Estreou num Gre-Nal, fazendo logo dois gols, em pleno Beira-Rio. Era quase raquítico. Pesava 59 quilos, e por isso o apelido de Passarinho. Sempre se destacou por jogar para frente, se diz um jogador moderno já para a época. Na opinião dele, em 77, o Grêmio montou o melhor time da história. Não foi o mais vitorioso, mas aquele que até hoje o torcedor sabe de cor. E foi o time treinado por Telê, que quebrou a hegemonia do Inter. Yúra entende que Telê foi o principal personagem da história do clube. De 77 pra cá, o Grêmio só cresceu. Não esquece das figuras de Hélio Dourado e Nélson Olmedo, que escolheram a dedo os jogadores na oportunidade. Um time de veteranos que encantou a todos. O meio-campista diz que Telê ensinou aos jogadores até como tratar com os torcedores e como se portar no dia a dia. Era muito respeitado pelo adversário. Tanto que Minelli dizia em entrevistas que, se Yúra não jogasse, a vitória do Inter era certa. Em 79, saiu do Grêmio para o Criciúma. Vivia lesionado, mas quando jogava fazia gols. Esteve no Beira-Rio para acertar com o Inter, mas, no caminho de Santa Catarina para cá, pensou bem e pediu uma fortuna para não vir. É fã da Lei Pelé. Diz que poderia ter ganho dinheiro indo para o Espanyol, mas o Grêmio não o liberou. Parou cedo para seguir a carreira de protético. Foi, ainda, um grande comerciante. Se diz um homem realizado por trabalhar com gente de alto nível. Empregou sempre ex-atletas. Fala em ter ajudado, pelo menos, 33. Yúra é um sujeito bem de vida. Foi rico, hoje tem vida mediana e é muito feliz assim: ‘O negócio é ter amigos, tomar minha cervejinha, comer um bom churrasco e tocar a vida’, finaliza.
(Fonte: Correio do Povo – Ano 113 – N° 355 – CP Memória – Por Onde Anda/ Por Luiz Carlos Reche)