Karl Carstens, ex-presidente da Alemanha Ocidental
Karl Carstens (Bremen, 14 de dezembro de 1914 – Meckenheim, Renânia do Norte, 30 de maio de 1992), ex-presidente da Alemanha Ocidental entre 1979 e 1984. Ex-membro da tropa de elite nazista, tinha funções protocolares, como todos os presidentes alemães. Aumentou sua popularidade ao cumprir uma promessa que fizera durante a campanha: atravessar os 1 128 quilômetros do país a pé.
Karl Carstens, ex-oficial nazista e alemão ajudou a reconstruir a Alemanha Ocidental pós-guerra e foi arquiteto do Tratado de Roma, o pacto de 1957 que se tornou um precursor da Comunidade Europeia.
Apesar da controvérsia sobre a adesão da guerra ao partido nacional-socialista, Carstens juntou-se à União Democrata Democrata de Konrad Adenauer após a guerra e foi uma peça-chave para moldar o futuro político da Alemanha Ocidental e da Europa.
Ele serviu em uma variedade de posições governamentais até Willy Brandt ser eleito chanceler e, em seguida, foi um dos principais porta-vozes da oposição no Parlamento da Alemanha Ocidental até sua eleição para o cargo de presidente em 1979.
Criticado pelo passado Nazi
Carstens serviu como oficial no exército alemão de 1939 a 1945 e foi duramente criticado depois por sua filiação nazista. Carstens disse que ele se juntou ao partido como uma formalidade e que ele não era um membro ativo. Ele não foi acusado de crimes de guerra.
Nascido em Bremen em 14 de dezembro de 1914, Carstens frequentou várias universidades na Alemanha e na França antes de obter um médico de direito da Universidade de Hamburgo em 1936. Ele abriu uma prática legal em Bremen logo após a guerra terminar e foi o primeiro eleito para o Parlamento da Alemanha Ocidental como representante de Bremen em 1949, no mesmo ano que recebeu um mestrado em direito da Universidade de Yale.
Carstens foi nomeado representante da Alemanha Ocidental no Conselho da Europa em 1954 e foi um dos arquitetos do Tratado de Roma, o acordo que estabeleceu o Mercado Comum Europeu, o precursor da atual Comunidade Européia.
Movido para a Oposição
Após a demissão de Konrad Adenauer, Carstens serviu como vice-ministro da Defesa em 1966 e como chefe do gabinete do chanceler em 1968. Ele deixou o governo quando o Sr. Brandt, um socialista, foi eleito chanceler em 1969. Carstens voltou a a câmara baixa do parlamento ou o Bundestag, em 1972 e atuou como líder parlamentar dos democratas-cristãos por três anos. Ele também foi presidente do Bundestag de 1976 a 1979, deixando sua eleição naquele ano como presidente da Alemanha Ocidental. Ele recusou-se a concorrer a um segundo mandato em 1984.
Karl Carstens faleceu dia 30 de maio de 1992, aos 77 anos, de problemas cardíacos, em sua casa em Meckenheim, em Bonn.
“Karl Carstens foi um dos melhores estadistas alemães da era do pós-guerra”, disse o presidente Richard von Weizsacker, seu sucessor como presidente.
“Ele era um patriota que esforçou-se inquebrável pela unidade alemã”, disse o chanceler Helmut Kohl, um democrata-cristão. “E ele estava tão convencido da importância da união política da Europa”.
(Fonte: Veja, 10 de junho, 1992 – Edição 1238 Datas Pág; 87)
(Fonte: http://www.nytimes.com/1992/05/31/world – The New York Times Company – MUNDO – BONN, 30 de maio – 31 de maio de 1992)