Robert Chesebrough, foi o criador da vaselina

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O CRIADOR DA VASELINA

O químico Robert Chesebrough descobriu que uma gosma do petróleo curava quase tudo. Para provar a eficácia da vaselina, ele queimava a própria pele com ácido

Robert Chesebrough, o inventor da Vaselina (Foto: Imgfave/Divulgação)

Robert Chesebrough, o inventor da Vaselina (Foto: Imgfave/Divulgação)

 

Robert Augustus Chesebrough (Londres, 9 de janeiro de 1837 – Spring Lake, Nova Jersey, 8 de setembro de 1933), químico anglo-americano

Aos 22 anos, ele ouviu falar na perfuração do primeiro poço de petróleo em Titusville, na Pensilvânia, e decidiu conferir a novidade.

 

Primeiro poco de petróleo perfurado no mundo, por Edwin Drake (de cartola). 1859, Titusville, Pennsylvania.

Primeiro poco de petróleo perfurado no mundo, por Edwin Drake (de cartola). 1859, Titusville, Pennsylvania.

 

Torrou suas economias em uma passagem de Nova York para lá e passou a investigar o novo combustível. Analisando o processo de extração de petróleo, ele percebeu um resíduo melequento que ficava nas brocas de perfuração.

O produto não tinha nenhum valor comercial, mas os empregados da indústria do petróleo gostavam da gosma: ela ajudava na cicatrização de cortes e queimaduras.

Sentindo cheiro de lucro, Chesebrough passou 10 anos desenvolvendo um processo para refinar aquela geleia de petróleo – ela tornou-se inodora e, de preta, passou a incolor.

Em 1870, de volta a Nova York, construiu uma fábrica dedicada à nova descoberta, batizada depois de vaselina. Mas um invento, por melhor que seja, não existe sem divulgação. Numa época sem televisão, rádio ou internet, o jeito  era ir à luta pelas ruas e estradas. Chesebrough cruzou o estado de Nova York divulgando pessoalmente a vaselina como um super-remédio, capaz de curar tudo (a maioria dos “milagres”, descobriu-se depois, acontecia porque a substância gelatinosa impede a proliferação de bactérias).

Agindo como sua própria cobaia, o químico queimava a pele com ácido ou fogo e em seguida passava vaselina nos ferimentos. Revelou-se tão bom marqueteiro quanto inventor: na virada para o século 20, a meleca já estava espalhada pelos EUA e já escorregava para a Europa. Sua indústria tornou-se uma gigante dos produtos de limpeza e higiene pessoal, adquirida pela Unilever em 1987.

Unilever (Foto: www.unilever.com.br)

Unilever (Foto: www.unilever.com.br)

Ela é muito útil para lubrificar coisas. Sua consistência gelatinosa diminui o atrito entre objetos. Substância versátil, serve para ser usado até mesmo em determinadas partes do corpo humano. Muita gente a utiliza para facilitar o encaixe de objetos cilíndricos em orifícios redondos – parafusos e porcas, por exemplo. De seus 139 anos de idade, a vaselina nasceu como uma espécie de produto milagroso, capaz de consertar dobradiças e trilhos de portas, ajeitar cabelos rebeldes, proteger a pele, curar queimaduras e fortificar todo o organismo.

Essa, pelo menos, era a propaganda do produto nas palavras de seu descobridor, apesar de pesquisas mais recentes desaconselharem o uso de vaselina para certas práticas (no sexo anal, por exemplo, o lubrificante pode desgastar o látex da camisinha, aumentando as chances de ela rasgar), Chesebrough manteve-se fiel à sua invenção até os últimos dias. Apregoando que a vaselina era rica em sais minerais, o químico tomava uma colher da meleca por dia. Viveu até os 96 anos.

 

Grandes momentos

• Antes de descobrir a vaselina, Chesebrough trabalhava extraindo querosene do óleo de baleias.

• O químico batizou sua invenção apenas em 1872, ano em que ela foi patenteada. A hipótese mais provável é que o nome seja uma junção de duas palavras estrangeiras, wasser (“água”, em alemão) e elaion (“óleo”, em grego).

• Médicos continuam indicando a vaselina para aliviar a dor de queimaduras. Mais recentemente, corredores passaram a usar o produto nos pés. A substância forma uma película contra o atrito causado pelas pisadas.

(Fonte: Super Interessante – Edição 249 – Fevereiro de 2008 – CIÊNCIA – Quem Foi?/ Por Ayrton Mugnaini Jr.  – Pág: 41)

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