Malcolm Forbes, milionário editor americano, dono de uma das mais prestigiadas revistas de economia

Malcolm Forbes o multimilionário, diretor e editor-chefe da revista Forbes

 

 

Malcolm Stevenson Forbes (Brooklyn, Nova York, 19 de agosto de 1919 – Far Hills, Nova Jersey, 24 de fevereiro de 1990), milionário editor americano, dono de uma das mais antigas e prestigiadas revistas de economia dos Estados Unidos, a Forbes, e detentor de uma fortuna calculada em 1 bilhão de dólares, o que o fazia um dos homens mais ricos do planeta. O empreiteiro brasileiro Sebastião Camargo também tem uma riqueza estimada em 1 bilhão de dólares – e aparece na listagem de outra publicação financeira, a Fortune.

A diferença entre Forbes e Camargo é que o americano viveu sete décadas com um único objetivo: cultivar sua imagem de bon vivant. Consumidor voraz cheio de manias, Forbes colecionava de tudo. Sua coleção de ovos de ouro maciço, criados pela famosa casa francesa Fabergé para os czares russos Alexandre III e Nicolau II, era maior do que a do acervo do Kremlin – em Moscou, há dez desses ovos, enquanto Forbes possuía dois a mais. Além disso, ele conseguiu reunir setenta motocicletas Harley-Davidson, doze balões de ar quente, nos quais o empresário se exibia, e outros tipos de mimos, como um super-iate de 151 pés, o Highlander, e uma até pequena extravagância – uma tropa de mais de 100 000 soldadinhos de chumbo.

“Sempre tive tudo o que quis. Nada me falta”, costumava dizer o milionário. E ele estava certo. Possuía castelos, apartamentos e mansões pelos quatro cantos do mundo, mas tinha uma residência favorita – seu casarão incrustado numa área de 78 000 hectares, entre os Estados americanos do Colorado e Montana. Esta área equivale a 400 principados de Mônaco. Nos últimos anos, Forbes acrescentou mais uma peça preciosa à sua coleção: a não menos esfuziante atriz Elizabeth Taylor. Com Liz, entre anéis de diamantes e rubis, Forbes parecia um adolescente mostrando a nova e bela namorada aos amigos.

O problema é que o relacionamento apaixonado dos dois era tão real quanto o programa nuclear brasileiro – uma fachada para esconder outras atividades amorosas. Longe de suas manias, Malcolm Forbes manuseava seus negócios e seus editoriais na Forbes com um tino genial. Ele era tido como o dono do bem e do mal em Wall Street – a meca da Bolsa de Valores de Nova York. Em 1973, por exemplo, com apenas uma matéria de capa em sua revista falando barbaridades da companhia de cosméticos Avon, Forbes conseguiu que, no dia seguinte, as ações da empresa despencassem 70%. “Estou sempre tão alegre que sou até conhecido como o Bob Hope do mundo dos negócios”, disse, certa vez, o empresário, numa referência ao conhecido comediante americano.

O empresário Malcolm Forbes morreu dia 24 de fevereiro, 1990, aos 70 anos, em Nova Jersey, de ataque cardíaco.

(Fonte: Veja, 7 de março de  1990 –ANO 23 – Nº 9 – Edição 1120 – Datas – Pág; 69)