Ely de Souza Murce, a Eliana, a estrela máxima da época das chanchadas do cinema nacional. Era a atriz que mais satisfazia aos padrões hollywoodianos que a comédia musical brasileira dos anos 50 pretendia copiar. Nascida na cidade fluminense de Portela e formada professora, Eliana era crooner de um pequeno conjunto musical quando seu tio, o diretor de cinema Watson Macedo, convenceu os estúdios da Atlântida a contratá-la para estrelar E o Mundo Se Diverte (1949), o primeiro de sua carreira de 23 filmes.
Ao lado de galãs como Alberto Ruschel, Cyll Farney e Anselmo Duarte, ela foi a mocinha ideal dos pares românticos, que serviam de contraponto para as cenas cômicas de Oscarito, Grande Otelo e Ankito. Em Carnaval no Fogo (1950), Eliana e a sanfoneira Adelaide Chiozzo cantaram Beijinho Doce, que se transformou em sucesso de rádio e marca da dupla.
As duas se apresentaram juntas nos números musicais de várias outras chanchadas e na telenovela Feijão Maravilha, da Rede Glogo (1979).
Casada com Renato Murce, falecido em 1987, um dos mais destacados produtores da legendária Rádio Nacional, Eliana interpretou seu último papel no cinema no drama Um Morto ao Telefone (1963). Eliana morreu no no Rio de Janeiro, aos 63 anos, dia 17 de junho de 1990, de enfarte.
(Fonte: Veja, 27 de junho, 1990 Edição 1136 Datas Pág; 80)