Pai Da Economia Ecológica
Considerado um dos precursores do pensamento de que os limites da natureza devem ser levados em conta no desenvolvimento econômico
Nicholas Georgescu-Roegen (Constanţa, Romênia, 4 de fevereiro de 1906 – Nashville, Tennessee, 30 de outubro de 1994), foi um matemático e economista heterodoxo romeno cujos trabalhos resultaram no conceito de decrescimento econômico. É considerado como o fundador da bioeconomia.
Durante mais de um século, multiplicaram-se teorias econômicas que não levavam em conta a natureza em cálculo algum. Atualmente, porém, só cresce o número de economistas que começam a olhar para a economia não como um sistema isolado, mas como parte de um todo, submetida às leis da natureza e aos impactos que causa nos homens. São os chamados economistas ecológicos, que propõem uma visão mais ampla de sistema.
No livro “O Decrescimento – entropia, ecologia, economia”, obra do matemático e economista romeno, cujo pensamento foi renegado por décadas entre os círculos da área.
O matemático e economista romeno Nicholas Georgescu-Roegen começou a fazer história a partir da década de 1930, ao pesquisar a respeito do comportamento do consumidor e passar a defender a ideia de que a versão neoclássica da economia seria “empiricamente inaceitável”. Considerado um dos precursores do conceito de bioeconomia, o especialista virou tema do livro “O Decrescimento – entropia, ecologia, economia”.
Organizada pelo filósofo francês Jacques Grinevald e pelo historiador belga Ivo Rens, a obra foi lançada na França em 1979 e, mais de três décadas depois, chegou ao Brasil. O livro traz a biografia de Georgescu-Roegen, além de quatro importantes artigos escritos pelo matemático, que defende a ideia de que os limites da natureza devem ser levados em conta no desenvolvimento econômico dos países.
Contemporâneo ao Clube de Roma, Georgescu-Roegen escreve em 1971 um livro (The Entropy Law and the Economic Process 1971) que pretendia mudar o paradigma de análise econômica de crescimento. Ele postulando que a análise do desenvolvimento deveria ser analisado a luz da termodinâmica e não de princípios mecânicos, para tanto ele usa o conceito de entropia, ou seja, que qualquer sistema fechado termodinâmico aumenta cada vez mais o seu grau de desordem (a entropia) não havendo possibilidade de inverter o grau de crescimento desta propriedade.
Como o aumento da entropia não é reversível, chega-se a um ponto que não há mais capacidade dos seus elementos internos que possam haver neste sistema, trocar calor com o meio, ou seja, o sistema teria a sua “morte” termodinâmica.
Para postergar ou evitar este mal, Georgescu-Roegen e seus seguidores propõe um programa de solarização da economia (considerando que a única fonte de energia que foge do sistema fechado da Terra é o Sol), logo a única fonte energética sustentável vem do Sol, ele propõe o Programa Bioeconômico Mínimo, que criaria pessoas felizes e sustentáveis.
A teoria de Georgescu-Roegen evoluiu com o tempo, mas o novo paradigma econômico continua sendo a necessidade do decrescimento, também para quantificar a eficácia de políticas públicas é substituída da quantificação o PIB por outros parâmetros que não são consenso nas organizações ambientais, como a pegada ecológica, o IDH e o FIB (felicidade interna bruta).
Tudo isto parece aos olhos dos mais acostumados com a economia clássica uma verdadeira viagem, pois contraria o objetivo de todas estas escolas, porém se pode entender que o decrescimento como uma consequência de levar a economia a um nível sustentável pode ser aceito de forma ética e teórica.
Também esta teoria explica a última frase de Eduardo Gianetti em entrevista ao Valor Econômico em que ele diz claramente:
“Não vemos a economia como um fim em si mesmo, ela é pré-condição para uma vida melhor para todos, de uma realização mais plena. O sonho que nos move é que a economia deixe de ocupar o lugar de proeminência que ela ocupa hoje no debate brasileiro para que a gente possa focar em questões ligadas à cidadania, à realização humana, à felicidade.”
(Fonte: Planeta Sustentável – CULTURA/ Por Débora Spitzcovsky – 18/03/2013)
(Fonte: http://jornalggn.com.br – FORA DE PAUTA – ECONOMIA/ Por Rogério Maestri – 15/09/2014)