Paulo Leminski, poeta curitibano que se tornou conhecido quando seus versos invadiram a música popular brasileira. Seu poema mais famoso é Verdura, musicado por Caetano Veloso:
De repente me lembro do verde
A cor verde é a mais verde que existe
A cor mais alegre, a cor mais triste
O verde que vestes, o verde que vestiste.
Desde o início de sua carreira, em 1964, Leminski já exibia uma cultura ampla, que não se inibia de atirar em todas as direções. Escrevia haicais as poesias japonesas de apenas três versos -, fazia letras para músicas, biografou Jesus Cristo e Leon Trotsky, para citar três exemplos. Sua obra, contudo, sempre foi muito mais comentada do que lida. Seu livro Catatau, o preferido do autor, de 1975, teve uma tiragem de apenas 5 000 exemplares. Talvez eu seja mesmo um poeta meio vulgar, costumava dizer Leminski. Ultimamente, ele trabalhava em dois novos livros: O Gozo Fabuloso, de contos, e La Vie en Close, de poemas. Leminski morreu dia 7 de junho de 1989, aos 44 anos, de cirrose hepática, em Curitiba.
(Fonte: Veja, 14 de junho, 1989 Edição 1083 Datas Pág; 112)