ATRIZ ITALIANA SILVANA MANGANO
Certa vez, o diretor de cinema Pier Paolo Pasolini a chamou de “beleza amarga” que brilhava “como uma pérola”, mas sempre distante.
Silvana Mangano (Roma, Itália, 21 de abril de 1930 – Madri, Espanha, 16 de dezembro de 1989), foi uma das mais conhecidas e talentosas atrizes do cinema italiano. Filha de pai ferroviário da Sicília e mãe inglesa, iniciou sua carreira cinematográfica com O Elixir do Amor, de 1948, dirigido por Mario Costa. O filme que a tornou internacionalmente conhecida foi Arroz Amargo, de 1949, em que ela interpretava uma belíssima lavradora de plantações de arroz o erotismo mesclado ao lirismo da reivindicação social marcou o personagem de Silvana.
Um de seus diretores preferidos era Luchino Visconti, com quem ela fez Morte em Veneza e Violência e Paixão.
Silvana, a atriz italiana cujo papel como uma sensual garota do interior no filme de 1949, “Bitter Rice”, a tornou uma estrela, nasceu em Roma. Seu pai era ferroviário siciliano e sua mãe inglesa era dançarina. A senhorita Mangano treinou como dançarina e modelo. A ex-Miss Rome desempenhou apenas pequenos papéis até conseguir o papel principal em Bitter Rice, do diretor Giuseppe De Santis, considerado um dos melhores exemplos do movimento neo-realismo italiano do pós-guerra.
Os espectadores de todo o mundo acabaram por ver a voluptuosa jovem atriz, saltitando nos campos do Vale do Pó, vestida com um suéter apertado, shorts e meias pretas até a coxa. Ela foi inundada com ofertas de Hollywood e Londres, mas recusou todas para se casar com o produtor do filme, De Laurentiis, e trabalhar para sua empresa.
Anos depois, sua carreira foi ofuscada pela de seu marido, por 34 anos, o produtor de cinema Dino De Laurentiis.
Após o casamento, ela se estabeleceu em uma vida tranquila de casada, mas logo foi persuadida a voltar ao cinema.
Um ano após o nascimento de uma segunda filha em 1952, ela estrelou “Ulysses” com Kirk Douglas e Anthony Quinn, e deixou sua marca como uma beleza madura em “The Gold of Naples” em 1954.
Ela finalmente estrelou cerca de 30 outros filmes, para diretores como Vittorio De Sica, Pasolini, Mario Monicelli e Luchino Visconti. Visconti deu a ela um papel quase sem palavras, mas memorável, como uma elegante mãe polonesa em “Morte em Veneza”. Embora sua fama tenha sido ofuscada por duas outras belezas assombrosas da tela italiana, Sophia Loren e Gina Lollobrigida, ela venceu a última nas audições para “Bitter Rice”.
A senhorita Mangano evitava a publicidade e as armadilhas da fama e relutava em comparecer às rodadas habituais de coletivas de imprensa e festivais de cinema. Quando dava entrevistas, ela era reticente sobre sua vida privada e falava apenas de seus papéis como atriz.
Ela nunca pareceu confortável no papel ou mesmo em fazer filmes. “Concordei em aparecer em ‘Bitter Rice’ mais porque precisava de dinheiro do que pelo desejo de ter uma carreira no cinema”, ela disse uma vez a um entrevistador.
A atriz disse uma vez: “Eu nunca gostei de mim, nem quando eu era uma garota redonda nem quando me tornei uma mulher esbelta.”, junto com Marcello Mastroianni, a quem ela descreveu como seu primeiro amor. “Nós morávamos na mesma parte de Roma quando éramos crianças. Nós estávamos apaixonados; Eu tinha 16 anos e ele 22.”
Sobre seus raros papéis no cinema, ela explicou na época: “A verdade é que fazer filmes não é minha paixão, e achei melhor não trabalhar”.
De Laurentiis em 1983 e pediu o divórcio em 1988. O casal teve três filhas e um filho que morreu em um acidente aéreo no Alasca em 1981.
Certa vez, o diretor de cinema Pier Paolo Pasolini a chamou de “beleza amarga” que brilhava “como uma pérola”, mas sempre distante.
Seu último trabalho no cinema foi Olhos Negros, de 1987, onde contracenou ao lado de Marcello Mastroianni. Desde 1988, quando se divorciou do produtor Dino de Laurentiis, Silvana vivia só, em Madri, na Espanha.
Fumante inveterada, a atriz morreu de câncer no pulmão, dia 16 de dezembro de 1989, aos 59 anos, em Madri.
Ela passou os últimos anos morando em Madri com Francesca, sua filha mais nova.
(Fonte: Veja, 24 de dezembro de 1989 – ANO 22 – N° 50 – Edição 1110 – DATAS – Pág; 113)
(FONTE: https://www.washingtonpost.com/archive/local/1989/12/17 – Washington Post/ ARQUIVO – 17/12/1989)
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