Virgílio Távora, senador do PDS e coronel da reserva que por duas vezes foi governador do Ceará, um dos expoentes do coronelismo – a maneira de fazer política baseada em métodos clientelísticos. Sobrinho de Juarez Távora, candidato à Presidência da República em 1955, e filho do ex-senador Manuel Távora, interventor do Ceará na época da Revolução de 30, Virgílio dedicou-se até os 30 anos de idade somente à carreira militar. Em 1950, ingressou na vida pública, elegendo-se deputado pela UDN.
Foi no gabinete parlamentarista de Tancredo Neves, em 1961, que, indicado pela UDN, ocupou seu primeiro cargo federal, o de ministro da Viação. Em 1962, elegeu-se governador do Ceará – cargo que voltaria a ocupar no final da década de 70, desta vez indicado pelo presidente Ernesto Geisel. Apoiou a deposição do presidente João Goulart e, com a extinção dos partidos políticos, ingressou na Arena. Em 1967, Távora voltou ao Parlamento, onde se notabilizou por suas posições nacionalistas e pelo apoio aos governos militares.
Em 1986, aliado aos coronéis Adauto Bezerra e César Cals, o grupo de Távora perdeu as eleições para o empresário Tasso Jereissati, cuja bandeira era justamente o combate ao coronelismo do Ceará. Távora morreu dia 3 de junho, 1988, aos 68 anos, de câncer, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 8 de junho, 1988 Edição N° 1031 DATAS Pág; 109)