Hossein Ali Montazeri, aiatolá iraniano, pai espiritual do movimento reformista do Irã

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Hossein Ali Montazeri (Najafabad, Irã, 1922 – Qom, Irã, 19 de dezembro de 2009), aiatolá, tido como pai espiritual do movimento de reforma, era o mais antigo dissidente do clero iraniano

Montazeri foi escolhido para suceder o aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da revolução islâmica de 1979, mas os dois se desentenderam pouco antes de Khomeini morrer de câncer, em 1989.

Por inúmeras vezes, acusou governantes de impor ditadura em nome do Islã. Em 1997 foi submetido à prisão domiciliar em Qom, após definir Ali Khamenei – sucessor de Khomeini – como não qualificado ao cargo.

Funeral de aiatolá leva a protesto contra governo do Irã

Uma multidão compareceu ao funeral na cidade sagrada de Qom, a 125 quilômetros ao sul de Teerã

DUBAI – Dezenas de milhares de iranianos transformaram o funeral do pai espiritual do movimento reformista do Irã em um protesto contra o governo. “Morte ao ditador” e outros gritos eram ouvidos pelos manifestantes, em meio a um forte esquema de segurança para o enterro do grão-aiatolá Hossein Ali Montazeri. Uma multidão compareceu ao funeral na cidade sagrada de Qom, a 125 quilômetros ao sul de Teerã. Montazeri morreu em 19 de dezembro de 2009 aos 87 anos.

O regime iraniano proíbe a imprensa estrangeira de registrar protestos in loco, por isso não é possível obter acesso independente ao ato. Um site da oposição informou sobre enfrentamentos entre os manifestantes e as forças de segurança. As fontes falavam sob condição de anonimato, temendo represálias. Imagens divulgadas pela internet mostravam a multidão protestando nas ruas de Qom. Alguns manifestantes lançavam pedras nas forças de segurança e houve confrontos.

A morte de Montazeri deixou a liderança iraniana em posição difícil. As autoridades foram obrigadas a lamentar a morte de um dos patriarcas da Revolução Islâmica de 1979, que chegou a ser apontado como um provável sucessor do aiatolá Ruhollah Khomeini.

Montazeri, porém, rompeu com a liderança clerical iraniana e se tornou um duro crítico do regime, denunciando o líder supremo aiatolá Ali Khamenei e qualificando a repressão após as eleições deste ano como o trabalho de uma ditadura.

(Fonte: www.estadao.com.br -– Internacional -– Outras Regiões – Por AE-AP – Agencia Estado – 21 de dezembro de 2009)

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