Flávio Barbosa Cavalcanti, apresentador e telejornalista. Transpôs a linguagem do rádio para a TV.

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Flávio Barbosa Cavalcanti, apresentador e telejornalista. Quase tão antigo no vídeo quanto a própria TV brasileira, onde estreou, em 1957, na extinta Tupi do Rio de Janeiro, sua cidade natal. Cavalcanti transpôs com sucesso a linguagem do rádio para a TV. Ganhou fama como repórter no início da década de 60 ao entrevistar o presidente americano John Kennedy, na Casa Branca, e fazendo a barba do temido deputado Tenório Cavalcanti. Alcançou sólidos índices de audiência nos anos 70 apresentando casos sensacionalistas entre gestos teatrais e frases de efeito. Em março de 1973, ao veicular uma entrevista com um mineiro que emprestara sua mulher a outro homem, por ser impotente, seu programa foi suspenso por sessenta dias em todo o país. “A obrigação de todo jornalista”, dizia ele, “é buscar o sensacional.” Flávio sentiu-se mal durante a apresentação do seu último programa, dia 22 de maio, no SBT. Durante o quadro Um Instante, Maestro, o mais longo do programa, a produção decidiu chamar um médico e uma ambulância, enquanto o apresentador Wagner Montes assumia a entrevista com o ministro da Previdência Social, Raphael de Almeida Magalhães, Flávio era submetido a um eletrocardiograma.
Cavalcanti ainda voltou à cena, mas no final do quarto bloco, dos nove do programa, a equipe médica decidiu removê-lo para o Unicor, pois um segundo eletrocardiograma indicava um enfarte iminente. Cavalcanti morreu dia 26 de maio de 1986, aos 63 anos, de enfarte, em São Paulo. Com a morte do apresentador desaparece a tradicional frase Nossos comerciais, por favor.

(Fonte: Veja, 4 de junho, 1986 – Edição 926 – Datas – Pág; 130)

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