Lon Nol (Prey Veng, Camboja, 13 de novembro de 1913 – Fullerton, Califórnia, 17 de novembro de 1985), marechal cambojano que em 1970, com o apoio dos Estados Unidos, liderou a derrubada da monarquia, encabeçada pelo príncipe Norodom Sihanouk (1922-2012).
Eleito presidente, permaneceu apenas três anos no cargo, sendo deposto pelos guerrilheiros comunistas do Khmer Vermelho, cuja principal marca foi o massacre de 3 milhões de cambojanos.
Parcialmente paralisado por um derrame cerebral que sofreu em 1971, o ex-presidente do Camboja, viveu exilado no Havaí, movia-se com dificuldade. Financeiramente, contudo, ele parecia em boa forma, em sua casa de sete quartos, à beira da praia num subúrbio da luxuriante Honolulu.
Lon Nol morreu no dia 17 novembro de 1985, em Fullerton, Estados Unidos, onde vivia exilado desde 1979, aos 72 anos, de ataque cardíaco.
(Fonte: Veja, 27 de novembro de 1985 - Edição 899 - DATAS – Pág; 99)
(Fonte: Veja, 20 de abril de 1977 – Edição 450 – INDOCHINA – Pág: 45/46)
Presidente do Camboja foge
O presidente do Camboja, marechal Lon Nol, fugiu do país pressionado pelos rebeldes, que comemoraram com foguetes nas ruas de Phnom Penh (principal centro financeiro, corporativo, econômico e político do Camboja).
Nol deixou o país em grave crise financeira e em estado de guerra civil.
(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 18.068 – HÁ 40 ANOS EM ZH – 2 de abril de 1975/2015 – Pág: 52)
Relembre os fatos que antecederam o genocídio no Camboja
Queda da monarquia
O movimento comunista no Camboja surgiu em meio à luta do país contra a colonização francesa nos anos 1940, influenciado pelos vietnamitas e impulsionado pela primeira Guerra da Indochina nos anos 1950. Em março de 1970, o marechal Lon Nol, um político cambojano que já tinha sido primeiro-ministro, conseguiu depor o príncipe Norodom Sihanouk através de um golpe de estado e derrubar a monarquia, com ajuda de seus parceiros pró-americanos. Paralelamente, o Khmer Vermelho – como era conhecido o Partido Comunista de Kampuchea – ganhou força e começou a crescer.
Ascensão do comunismo
Nos anos 1970, o Khmer Vermelho se posicionou como um dos principais atores militares do país, especialmente ao enfrentar as forças de Lon Nol em 1973 sob a liderança de Pol Pot, líder do partido. Nesse ano, o Exército do regime, com o apoio dos Estados Unidos, bombardeou o Camboja com 500.000 toneladas de bombas, que mataram cerca de 300.000 pessoas. Com isso, muitos dos familiares das vítimas se juntaram à revolução do Khmer Vermelho, até que o partido conquistou o apoio de aproximadamente 85% do território cambojano. Mesmo assim, as forças de Lon Nol ainda conseguiram lutar contra os comunistas por dois anos, graças à ajuda americana. Em 17 de abril de 1975, o Khmer Vermelho entrou finalmente na capital Phnom Penh e libertou o país das intervenções externas, dos bombardeios e da guerra civil.
Evacuação para os campos
Em 1976, foi estabelecido o Estado Democrático Kampuchea, governado pelo Khmer Vermelho até janeiro de 1979. Logo que tomaram o poder, seus dirigentes forçaram milhões de pessoas de Phnom Penh e outras cidades a irem trabalhar no campo – milhares morreram durante a evacuação. A desculpa que davam à população era a iminência de um longo bombardeio americano – o que não parecia um absurdo. De 1965 a 1973, mais bombas caíram no Camboja do que no Japão durante a II Guerra Mundial, incluindo as duas bombas nucleares de agosto de 1945. Na realidade, o objetivo era construir no Camboja uma utópica sociedade agrária, baseada nos ideais maoístas, sem diferenças de classes.
Exploração e massacre
Os líderes do Khmer Vermelho defendiam a eliminação dos intelectuais e a reeducação dos adultos por meio do trabalho manual. O dinheiro foi extinto, assim como a propriedade privada, as escolas, os centros religiosos, as lojas e os prédios administrativos. Os direitos humanos mais básicos foram desrespeitados. A população cambojana foi perseguida, privada de alimento e executada. O simples fato de alguém usar óculos poderia valer uma sentença de extermínio. Aos poucos, o Khmer Vermelho foi transformando o país em um grande centro de detenção, que depois se transformou em um verdadeiro cemitério. Como o Camboja fechou as portas para o resto do mundo, só mais tarde a verdade cruel veio à tona. Num país de somente 7 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões foram assassinados por seus próprios líderes, e seus corpos, empilhados em covas coletivas dos campos de matança. Muitos dos soldados do regime eram crianças.
Justiça
O principal mentor de tamanha aberração ideológica e mortífera nunca chegou a enfrentar a história. Pol Pot morreu em 1998, quando se encontrava foragido no coração da selva cambojana. Somente em 2009 os horrores daquela época começaram a ser julgados. Em julho de 2010, um dos chefes torturadores do antigo regime foi condenado a 35 anos de prisão pelo tribunal internacional – depois sua pena foi reduzida para 19 anos. Kaing Guek Eav, mais conhecido como Duch, que dirigiu um grande centro de detenção e torturas, foi o primeiro entre cinco réus da corte – o único que admitiu culpa e pediu perdão pelas nas atrocidades cometidas durante o Khmer Vermelho. Recentemente, começaram a ser julgados Khieu Samphan, ex-presidente da República Democrática de Kampuchea; Nuon Chea, número dois e ideólogo do regime; e Ieng Sary, ex-ministro de Exteriores. Ieng Thirith, mulher deste último e antiga encarregada de Assuntos Sociais de Pol Pot, não foi julgada até agora por ser considerada demente.
(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional- MUNDO – Com agências France-Presse e EFE – Internacional – Ásia – 14/03/2013)
(Com agências France-Presse e EFE)