Ela atuou em mais de 100 filmes durante 65 anos de carreira, incluindo ‘Jules et Jim’, de François Truffaut, e ‘Joanna francesa’, de Cacá Diegues.
Jeanne Moreau (Paris, 23 de janeiro de 1928 – Paris, 31 de julho de 2017), atriz e diretora, considerada a grande dama do cinema francês.
Nascida em 23 de janeiro de 1928, de pai francês e mãe britânica, Jeanne Moreau estreou no teatro em 1947, aos 19 anos, com a peça La Terrasse de Midi, apresentada no Festival de Avignon. Ela integrou a Comédie-Française e participou no primeiro Festival de Avignon em 1947, sob a direção artística de Jean Vilar, antes de retornar ao mesmo evento, 60 anos mais tarde.
A protagonista de “Uma Mulher para Dois” (1962) e de “A Noiva Estava de Preto”(1967), de Truffaut, teve uma ampla trajetória, na qual se destacam, entre mais de cem filmes, longas belíssimos como A Noite (1961), de Michelangelo Antonioni, e Duas Almas em Suplício (1960), de Peter Brook, que lhe valeu o prêmio de melhor interpretação feminina em Cannes.
Moreau, “a melhor atriz do mundo”, segundo Orson Welles, e a primeira mulher acadêmica de Belas Artes na história da França, fez parte da nouvelle vague e foi musa de nomes como Luis Buñuel, com quem trabalhou em O Diário de uma Camareira (1964).
Jeanne, que atou em filmes como Amantes de Louis Malle, Jules e Jim de François Truffaut, e O Diário de uma Camareira de Luis Buñuel, foi uma das atrizes mais emblemáticas do cinema francês e musa da Nouvelle Vague.
Seu talento, beleza e voz profunda fascinaram grandes cineastas, incluindo Luis Buñuel, Orson Welles e Wim Wenders. Em 1998, recebeu um Oscar honorário pelo conjunto de sua carreira das mãos de Sharon Stone. Dez anos depois recebeu um César honorário, o grande prêmio do cinema francês.
Jeanne foi uma das mais famosas atrizes do cinema francês, atuou em mais de cem filmes em uma carreira que durou 65 anos. Também foi diretora, roteirista e cantora.
Jeanne foi estrela em filmes de consagrados cineastas como François Truffaut (“Jules e Jim”, clássico da nouvelle vague), Orson Welles (“O processo”, de 1962) , Michelangelo Antonioni (“A Noite”, de 1961), Roger Vadim e Rainer Werner Fassbinder.
Atriz poliglota e internacional, que se destacou também como cantora, Jeanne foi prêmio César, o Oscar da França, de melhor atriz em 1992 por La Vieille qui Marchait dans a Mer, de Laurent Heynemann, e presidiu o júri de Cannes em 1975 e 1995. Jeanne Moreau presidiu também o júri da Seção Oficial do 54º Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 2006. Em 1998, recebeu um Oscar honorário pelo conjunto de sua carreira das mãos de Sharon Stone. Dez anos depois recebeu um Super César, uma homenagem da Academia de Cinema francesa.
Seu talento, beleza fora do comum e voz profunda fascinaram grandes cineastas, como Joseph Losey (Eva), Wim Wenders (Até o Fim do Mundo) e Orson Welles (História Imortal). “Tenho dentro de mim uma espécie de energia que não controlo”, explicou a artista, para quem o cinema não era uma carreira, e sim uma vida. “Para mim, o cinema nunca foi uma indústria. Não me importa meu valor na bilheteria”, afirmou uma vez.
Entre seus últimos filmes, está O Gebo e a Sombra (2012), do cineasta português Manoel de Oliveira, morto em 2015 aos 106 anos.
Prêmios pela carreira
Jeanne Moreau nasceu em 23 de janeiro de 1928, em Paris. Começou no teatro, sendo uma das mais importantes atrizes da comédia francesa. Nos anos 50, passou aos filmes, incluindo “Ascensor para o Cadafalso” (1958), de Louis Malle.
Ganhou prêmios como o Bafta de melhor atriz estrangeira, por “viva Maria!” (1965) e “Jules et Jim” (1962). Também ganhou prêmios honorários por sua carreira nos festivais de Berlim, em 2000; de Cannes, em 2003; e Veneza, em 1992.
Além de atuar, dirigiu “Lumière” (1976) e “L’Adolescente” (1979).
A atriz, que trabalhou até os 87 anos, pensava que com o tempo e o sucesso fazer seu trabalho estava se tornando “cada vez mais difícil”, sobretudo diante da “tentação, à qual não se deve ceder, de fazer qualquer coisa para agradar o público, ao invés de fazer aquilo com o que estamos profundamente de acordo”.
“Se o cinema tivesse um rosto, este seria o dela”, diz Cacá Diegues, que filmou Joanna Francesa com a atriz
Conhecida como La Française du Brésil, por causa do filme Joanna Francesa, de Cacá Diegues, a atriz Jeanne Moreau foi estrela, em mais de 60 anos de carreira, e, sempre manteve laços de amizade com os brasileiros.
Além de ter estrelado o filme Joanna Francesa (1973), em que interpretou a dona de um bordel que larga tudo para viver no interior de Alagoas, Moreau também gravou com Maria Bethânia “Poema dos olhos da amada”, de Paulo Soledade e Vinicius de Moraes, para o disco que a cantora lançou em 1988.
Durante as filmagens com Diegues, no Nordeste, a atriz ficou hospedada em um convento, já que não havia hotel ou pensão no meio do sertão. E o estilista Pierre Cardin veio ao Brasil para assinar o figurino e acabou fazendo uma participação no filme, como um amante da personagem dela.
Quando esteve no Brasil pela última vez, em 2009, para o Festival do Rio, ela relembrou o trabalho com Diegues. “Lembro de fatos externos. Era muito quente. Fui levada a um lugar onde serviam batidas. Não imaginava o que eram. Mas foi ótimo, porque ficávamos bêbados sem perceber. Também conheci Caetano e Chico Buarque. Era um período complicado para os artistas, mas eu não tinha tanta consciência”, lamentou, referindo-se aos anos de chumbo.
Já o cineasta disse certa vez que, “se o cinema tivesse um rosto, este seria o de Jeanne Moreau”. Afinal de contas, ela deixou sua marca em filmes de grandes cineastas, como Orson Welles, François Truffaut, Louis Malle, Michelangelo Antonioni, Elia Kazan, Rainer Werner Fassbinder, François Ozon e Roger Vadim, entre outros.
Ícone feminista
Jeanne Moreau interpretou várias mulheres rebeldes, inconformadas e à margem da sociedade. Em Duas Almas em Suplício, de Peter Brook, que rendeu a ela o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes em 1960, deu vida a uma mulher da burguesia insatisfeita, atormentada.
Em Jules e Jim, de François Truffaut (1962), um dos filmes mais cultuados da nouvelle vague, encarnou uma mulher livre e moderna, enquanto em A Noiva Estava de Preto (1967) matou cinco homens por vingança a sangue frio.
Também cenógrafa e diretora de filmes como No Coração, a Chama (1976), Jeanne Moreau foi casada com Jean-Louis Richard, pai do seu filho, Jérôme, e posteriormente por dois anos com William Friedkin, aos quais se somam outras relações. “Seduzi muitos homens. Sempre me apaixonei por homens com talento. Não tive amantes apenas para tê-los”, disse ela, certa vez.
Jeanne Moreau morreu em 31 de julho de 2017, aos 89 anos, em Paris.
“Com ela, desaparece uma artista que encarnou o cinema na sua complexidade, na sua memória, na sua defesa”, afirmou em nota o presidente francês, Emmanuel Macron, que a definiu como uma mulher rebelde contra “a ordem estabelecida e a rotina”.
(Fonte: http://epoca.globo.com/sociedade/bruno-astuto/noticia/2017/07 – SOCIEDADE/ Por Bruno Astuto – 31/07/2017)
(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia – POP & ARTE – Por G1 –
(Fonte: http://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO / Por Da redação – (Com agências France-Presse e EFE) – 31/07/2017)
(Fonte: Zero Hora – ANO 54 – Nº 18.843 – entretenimento/gente/noticia/2017/07 – ENTRETENIMENTO – GENTE – NOTÍCIA/ Por: AFP – 31/07/2017)