Tornou-se a primeira mulher do país a quebrar a barreira dos 11 segundos e a ser finalista da prova nobre em um Mundial
Rosângela quebra a barreira dos 11s e se torna 1ª brasileira finalista dos 100m
Velocista bate recorde sul-americano ao chegar em segundo lugar com o tempo de 10s91 e garante vaga na final em Londres. Ela disputa medalhas com o terceiro melhor tempo das semifinais
Estar na mesma bateria da campeã olímpica poderia intimidar. Mas Rosângela Santos conseguiu aproveitar a força da favorita ao título dos 100m para também dar o seu melhor na pista. Voando mais uma vez no Estádio Olímpico de Londres, a brasileira escreveu seu nome na história do atletismo nacional com um trio de feitos: tornou-se a primeira mulher do país a quebrar a barreira dos 11 segundos e a ser finalista da prova nobre em um Mundial, além de estabelecer o novo recorde Sul-Americano: 10s91.
A marca foi conquistada na segunda das três baterias semifinais. Rosângela ficou atrás apenas da jamaicana Elaine Thompson, que cravou 10s84. Após a chegada, parecia não acreditar no tempo que via no placar eletrônico. Primeiro, se emocionou e ensaiou um choro. Depois, abriu um enorme sorriso de alegria. A final foi no sábado, às 17h50 (horário de Brasília). Classificada com o terceiro melhor tempo, Rosângela largará na raia 5, no miolo reservado aos mais velozes do mundo.
Finalistas dos 100m no Mundial de Atletismo
Independentemente do resultado na disputa por medalhas, Rosângela tem muito o que comemorar neste Mundial. Além da classificação inédita, ela começou a campanha com uma vitória nas eliminatórias, derrotando a badalada Michelle-Lee Ahye, de Trinidad e Tobago. Além de chegar na frente, igualou sua melhor marca da vida até então, 11s04. Agora, na semifinal, superou o próprio recorde pessoal com muita folga: 10s91. O tempo, também novo recorde sul-americano, é oito centésimos mais baixo do que o estabelecido pela equatoriana Angela Tenórnio em 2015.
O resultado é fruto de uma série de mudanças na vida da atleta. Ela mudou-se de Miami para Houston, trocou a treinadora Amy Deen por Eric Francis – coincidentemente ex-treinador de Ahye – e mudou toda sua técnica de corrida. É a essa nova mecânica na pista que a velocista atribui sua boa apresentação no Estádio Olímpico.
Rosângela também é o pilar do revezamento 4x100m feminino, prova na qual foi medalhista de bronze nos Jogos de Pequim 2008.
(Fonte: http://globoesporte.globo.com/atletismo/noticia – ATLETISMO/ Por Helena Rebello, Londres – 06/08/2017)