A força poética do escritor gaúcho, que permanece intensa e desafiadora
Diplomata desencantado dos azares da literatura
Raul Bopp (Vila Pinhal, dia 4 de agosto de 1898 – Rio de Janeiro, 2 de junho de 1984), poeta e diplomata modernista aposentado, aventureiro e homem de letras. Publicou, em 1931, o famoso Cobra Norato, poema de raízes folclóricas ambientado na Amazônia, além de ser considerado livro-poema emblemático. Nascido no Rio Grande do Sul, na Vila Pinhal, dia 4 de agosto de 1898, exerceu diversas profissões. Cursou Direito, entre 1918 e 1925, em Porto Alegre RS, Recife PE, Belém PA e Rio de Janeiro RJ; cada ano letivo foi frequentado em uma capital.
Um poeta que se queixava da pouca repercussão de seus livros, dessas injustiças que só o tempo às vezes repara. O poeta que saiu do Rio Grande do Sul para conhecer o mundo brasileiro na vertical e na horizontal, explorando suas veias ocultas ou visíveis, à espera de um olho sensível e livre.
Foi jornalista em Porto Alegre e São Paulo, pintor de paredes em Cuiabá e balconista de livraria em Buenos Aires. Em 1932, ao ingressar na carreira diplomática, já havia corrido o mundo. Chegou a viajar do Peru ao Amazonas no lombo de uma lhama. Conhecia o Oriente e de lá trouxe, para o Brasil, a cultura da soja. Tomou parte, em 1922, da Semana de Arte Moderna. Fundou, com Oswald de Andrade, o grupo Verde e Amarelo. Pouco depois, bandeou-se para a Antropofagia.
Raul Bopp morreu dia 2 de junho de 1984, aos 85 anos, isquemia cerebral, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 13 de junho, 1984 - Edição 823 - Datas – Pág; 103)
(Fonte: Veja, 2 de setembro de 1998 – ANO 31 – N° 35 – Edição 1562 – LIVROS – Pág; 150)
(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura – 1582140 – CULTURA – LITERATURA – Por Moacir Amâncio – 24/10/2014)