Helen Suzman, ativista sul-africana, foi uma das primeiras legisladoras a contestar o racismo do apartheid

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Ativista sul-africana

Branca, Helen foi uma das primeiras legisladoras a contestar o racismo do apartheid

 

 

Helen Suzman foi uma das primeiras legisladoras a contestar o racismo do apartheid (Foto: Florida Holocaust Museum)

 

Helen Suzman (Germiston, 7 de novembro de 1917 – Johannesburg, 1º de janeiro de 2009), foi uma das mais notáveis ativistas anti-apartheid da África do Sul

Suzman foi por 36 anos a mais famosa mulher branca a combater o apartheid, promovendo uma batalha parlamentar firme e muitas vezes solitária para emancipar a maioria negra do país.

Suzman se tornou uma das únicas pessoas brancas a ganhar o respeitos dos sul-africanos negros quando começou a fazer visitas frequentes ao líder Nelson Mandela na prisão. Mandela havia sido condenado à prisão perpétua em 1964.

Voz crítica

Suzman foi inicialmente eleita para o Parlamento Sul-Africano pelo Partido Unido (United Party) e mais tarde pelo Partido Progressista (Progressive Party)

Durante 13 anos, Suzman – filha de emigrantes judeus da Lituânia – foi a única pessoa no parlamento a criticar abertamente o regime discriminatório sul-africano do apartheid.

Suzman recebeu o título de Dama atribuído pela Rainha Isabel II de Inglaterra em 1989 e foi nomeada por duas vezes para o Prêmio Nobel da Paz.

Relembrando a primeira visita de Suzman à seção B da prisão de Robben Island em 1967, Mandela disse uma vez: “Foi uma visão estranha e maravilhosa, essa mulher corajosa observando nossas celas e passando pelo pátio. Ela foi a primeira e única mulher a passar por nossas celas”.

Suzman e Mandela, que foi libertado da prisão em 1990, se tornaram bons amigos depois que ele foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994.

Suzman recebeu das mãos do então presidente Nelson Mandela a mais alta distinção do país pelos serviços à nação na luta contra as leis da segregação racial.

Helen Suzman foi eleita pela primeira vez em 1953 e era considerada como uma farpa no regime do apartheid.

Apesar do final do apartheid na África do Sul, há ainda grandes lembranças do racismo institucionalizado combatido pelos dois. Milhões de negros privados de oportunidades econômicas durante o apartheid ainda vivem em pobreza em vilas sombrias.

O Congresso Nacional Africano (ANC), que ajudou a acabar com o apartheid, tem sido atingido por disputas de poder, o que segundo críticos ofuscou questões cruciais como a pobreza, o crime, e a Aids.

 

Helen Suzman e Winnie Mandela em Orlando West, Soweto, em 1986. (AP)

 

Na sua biografia, Mandela recorda Suzman: “Foi uma visão estranha e magnífica ver esta mulher corajosa a ver a nossa situação e a passear-se pelo pátio da prisão. Ela foi a primeira e única mulher que alguma vez passou pelas nossas celas”.

O antigo presidente PW Botha chegou a referir-se a Suzman como um “gato pequeno e feroz”. A deputada, pela sua parte, chegou a dizer que caso Botha fosse uma mulher, viajaria para o parlamento “a vooar numa vassoura”.

Depois de ter abandonado o parlamento em 1989, e apesar do estado débil que apresentava há alguns anos, Suzman continuou a expressar as suas opiniões, em particular sobre o que dizia serem os falhanços da direcção do ANC pós-apartheid.

Helen Suzman morreu em 1º de janeiro de 2009, aos 91 anos. Suzman, que há já algum tempo se encontrava debilitada, faleceu na sua casa em Joanesburgo nas primeiras horas do primeiro dia do ano.

A Fundação Nelson Mandela disse que a África do Sul perdeu uma “grande patriota e destemida combatente contra o apartheid”. A filha de Suzmam Frances Jowell foi citada pela agência de notícias Sapa dizendo que sua mãe morreu de maneira pacífica em sua casa em Johanesburgo.

O Arcebispo Desmond Tutu disse que a África do Sul lhe devia uma enorme dívida. “Ela era realmente indomável”, recordou Tutu.

(Fonte: http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral – INTERNACIONAL/ Por Reuters, AP – 01 Janeiro 2009)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA/ Por Michael Georgy / JOHANESBURGO (Reuters) – POR REUTERS/BRASIL ONLINE – 01/01/2009)

(Fonte: DIÁRIO OFICIAL – BBC – INTERNACIONAL – 1 janeiro 2009)

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