Paulo Gracindo (Alagoas, 16 de julho de 1911 – Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1995), o Bem Amado, seu nome de batismo era Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo. Poucos artistas transitaram com tanta desenvoltura por vários ramos da cultura e da arte do Brasil. O número é ainda menor daqueles que fizeram tanto pelo rádio, pela televisão, pelo teatro e pelo cinema quanto Paulo Gracindo. Nascido em uma rica família de Alagoas, em junho de 1911, Paulo Gracindo chegou ao Rio de Janeiro no começo da década de 1930 e rapidamente se enturmou com os artistas das principais emissoras de rádio daquele período.
Paralelamente, aproximou-se do Teatro Ginástico Português, passando a ser um nome presente em diversas montagens. Se o rosto e o porte tinham presenças marcantes, a voz era ainda mais relevante. E foi com ela que Paulo Gracindo passou a se destacar em programas radiofônicos. Fez sucesso na Rádio Nacional, apresentando o Programa Paulo Gracindo, e fez mais sucesso ainda com a radionovela O Direito de Nascer, em que interpretou o papel de Alberto Limonta. A consagração seria maior ainda no programa de rádio Balança mais Não Cai, ao lado de Brandão Filho no quadro do Primo Pobre e Primo Rico.
O trabalho seria levado com igual sucesso para a televisão. E seria também na TV sem deixar de lado participações importantes no cinema, como em Terra em Transe, de Glauber Rocha , que Paulo Gracindo deixaria pelo menos três contribuições fundamentais para elevar o nível da dramaturgia brasileira. A primeira como o simpático bicheiro Artur do Amor Divino, o Tucão, da novela Bandeira 2 (1971).
Dois anos depois seria a vez do folclórico e divertido prefeito Odorico Paraguaçu, líder populista de uma cidade do interior baiano e protagonista da novela O Bem Amado (1973), de Dias Gomes. A densidade de seus personagens ganharia reforço com o inesquecível coronel Ramiro Bastos, de Gabriela (1975), tipo novamente inspirado nos oligarcas da política nordestina mas com um acento mais complexo e dramático. Paulo Gracindo continuaria em atividade até 1993.
Paulo Gracindo morreu em 4 de setembro de 1995, aos 84 anos no Rio de Janeiro.
Três coisas curiosas: Seu nome de batismo era Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo.
Mudou para Paulo depois de cansar de ser chamado de Zé Lopes, Petrópolis e até Envelope, confessou o ator em uma entrevista.
Em 2009, o filho do ator, o também ator Gracindo Júnior, fez um documentário em homenagem ao pai: Paulo Gracindo O Bem Amado.
Seu último papel na televisão, que desempenhou com uma memória já bem debilitada pela doença de Alzheimer, foi na minissérie Agosto, em 1993.
(Fonte: Zero Hora - Ano 46 - N.° 16 281 - Jogo da Memória/ Por Márcio Pinheiro - 21 de março de 2010 – Pág; 10)