Steve McQueen (1930-1980), ator, famoso na tela, vivendo personagens dispostos a tudo

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Astro de Hollywood

Steve McQueen (Indianapolis, Indiana, 24 de março de 1930 – Ciudad Juárez, México, 7 de novembro de 1980), ator norte-americano e astro de Hollywood, ficou famoso na tela, vivendo personagens dispostos a tudo: “Papillon”, o célebre arrombador de cofres; um detetive que enfrenta a hostilidade de seus superiores em “Bullit”; um prisioneiro de guerra que planeja a fuga numa motocicleta em “Fugindo do Inferno”. Nasceu em Indianápolis, Indiana, no dia 24 de março de 1930. Mesmo quando estavam bem situados na vida, seus personagens eram decididamente anticonvencionais, como em “Crown, o Magnífico”, em que interpretou um milionário que executa um assalto espetacular.

ASCENÇÃO FULGURANTE – A juventude de McQueen foi muito parecida com a dos heróis que o consagraram: nascido em Slater, no Estado do Missouri, sul dos Estados Unidos, nunca conheceu o pai. Menor de idade, cometeu pequenas infrações e, com o consentimento da mãe, passou dois anos num reformatório da Califórnia. Alistou-se no Corpo de Fuzileiros Navais onde serviu três anos e, depois da baixa, perambulou pelo país sobrevivendo graças a uma série de empregos passageiros: foi lenhador, perfurador de petróleo, barman, vendedor, técnico de TV. Com pouco mais de 20 anos, começou a estudar arte dramática em Nova York e, em 1955, conseguiu a primeira oportunidade profissional, substituindo Ben Gazzara (1930-2012) na peça “Um Chapéu Cheio de Chuva”.

Um ano depois, estreava no cinema como figurante em “Marcado pela Sarjeta”, estrelado por Paul Newman. A estabilidade veio com a televisão, que, em 1958, contratou McQueen para protagonizar o seriado “Procurado, Vivo ou Morto”. Num lance de sorte, substituiu Sammy Davis Jr. (1925-1990) em “Quando Explodem as Paixões”, foi um dos seis pistoleiros de Yul Brynner (1925-1985) em “Sete Homens e um Destino” e, a partir daí, sua ascensão foi fulgurante. Quando voltou a encontrar Paul Newman (1925-2008) diante das câmaras, em “Inferno na Torre” (1974) Steve McQueen tinha seu nome em primeiro lugar nos letreiros.

Milionário, seu nome uma garantia de gordas bilheterias, McQueen quis mudar de gênero: arriscou-se a interpretar “O Inimigo do Povo”, baseado na peça de Henrik Ibsen (1828-1906), que foi seu único fracasso, inédito no Brasil. Mas em seus dois últimos filmes, “Tom Horn” (com estreia no Brasil no fim de 1980) e “The Hunter” (“O Caçador”), voltou aos personagens aventureiros que o consagraram. Sofrendo de mesotelioma, uma forma rara de câncer no pulmão, Steve McQueen tentou imitar na vida os personagens que lhe deram fortuna. Entregou-se aos cuidados do ex-dentista William Donald Kelley e do dr, Rodrigo Rodríguez, que seguem métodos inteiramente anticonvencionais no tratamento do câncer, recorrendo a doses maciças de vitaminas, banhos continuados, lavagens intestinais e muitas orações. As probabilidades admitidas de cura eram baixíssimas: apenas 5%, uma aposta perigosa, semelhante às que ele tantas vezes venceu na tela. O milagre, porém não aconteceu e Steve McQueen, aos 50 anos, morreu no dia 7 de novembro, em Los Angeles, na Califórnia.

(Fonte: Veja, 12 de novembro, 1980 – Edição n.º 636 – Datas – Pág; 147)

Revelado: que o ator Steve McQueen, 50 anos, sofre há cerca de um ano de mesotelioma, um tipo raro de câncer no pulmão que não reage à quimioterapia, radioterapia, nem pode ser operado. McQueen perdeu seu outro pulmão num acidente, ao servir no Corpo de Fuzileiros Navais. Dia 2 de outubro de 1980, por um porta-voz do Instituto Internacional de Saúde. Em Dallas, Estados Unidos.

(Fonte: Veja, 8 de outubro, 1980 – Edição n.º 631 – Datas – Pág; 109)

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