Fernando de Szyszlo, pintor e escultor peruano, considerado um importante expoente da arte abstrata na América Latina

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O artista plástico peruano Fernando De Szyszlo, com obras expostas em museus de Nova York a Madri, é definido como um dos maiores expoentes da arte abstrata na América Latina.

 

Fernando de Szyszlo – considerado um importante expoente da arte abstrata na América Latina (Foto: Agencia Peruana de Noticias | ANDINA / Reprodução)

 

O artista plástico peruano Fernando De Szyszlo Foto: Paolo Aguilar/ EFE

O artista plástico peruano Fernando De Szyszlo (Foto: Paolo Aguilar/ EFE)

 

Fernando De Szyszlo deixa grande legado como precursor da arte abstrata

 

O artista plástico foi o pintor peruano mais reconhecido do século XX, principal precursor da arte abstrata no Peru e um dos seus maiores bastiões na América Latina, cujas obras de temática indígena estão em museus de prestígio, como os de Nova York e Madri.
O pintor, com brilhante carreira nacional e internacional, foi um defensor de causas democráticas e intelectual muito respeitado pelas máximas autoridades do país.
Com a pintura e a escultura como suas disciplinas prediletas, De Szyszlo conseguiu sintetizar a arte, mitos e símbolos do antigo Peru com arte abstrata e outras tendências modernistas, através de uma linguagem não figurativa com a qual ele invadiu a cena artística nacional e internacional.
Este é o caso de Inkarri (1968), considerada sua obra-prima, ao representar simbolicamente, com formas abstratas de fortes tons vermelhos e pretos, o mito onde o último inca, despedaçado pelos colonizadores espanhóis, recompõe seu corpo e derrota aos invasores para restaurar novamente o Império Inca.
Inkarri é contemporânea a séries como Apu Inca Atawallpaman (1963) e Paisagem (1969), enquanto que nas duas décadas seguintes, De Szyszlo evoluiu para um expressionismo abstrato de cor forte, como se manifesta nas séries Interiores (1972), Waman Wasi (1975) e Anabase (1982).
Embora ele nunca tenha militado em nenhum partido político, De Szyszlo sempre se declarou “liberado da esquerda sem dogmas”, razão pela qual ele mostrou um forte compromisso com a política, ao ponto de participar em 1987 na fundação do Movimento Liberdade, ao lado do amigo Vargas Llosa.
De Szyszlo fundou, junto com o Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa e outros intelectuais peruanos, o movimento “Libertad”, que tentou – sem sucesso – levar o escritor à presidência em 1990, quando Alberto Fujimori saiu vitorioso.
Fernando De Szyszlo, com obras expostas em museus de Nova York a Madri, é definido como um dos maiores expoentes da arte abstrata na América Latina. Inkarri (1968) é considerada a sua obra-prima.

O pintor peruano Fernando de Szyszlo na frente de uma de suas pinturas, expostas em Roma, em 2004 (Foto: Victor Sokolowicz – 20.fev.2004/AFP)

Nascidos na capital peruana, no dia 5 de julho de 1925, De Szyszlo era filho do físico polonês Vitold De Szyszlo e de María Valdelomar, irmã do célebre escritor peruano, Abraham Valdelomar (1888-1919), e foi criado no bairro boêmio de Barranco, que abriga inúmeros artistas e escritores peruanos.
Embora ele tenha decidido em um primeiro momento por estudar arquitetura na Universidade Nacional de Engenharia (UNI), abandonou essa carreira para se concentrar na arte e se integrar na Escola de Artes da Pontífice Universidade Católica do Peru (PUCP), onde teve como professor ao pintor expressionista austríaco Adolf Winternitz (1906-1993).
Em 1947, criou ao lado do poeta Emilio Adolfo Westphalen (1911-2001) a revista Las Moradas sobre a vida cultural no Peru, que foi publicada por dois anos, e também realizou sua primeira exposição, com uma clara influência cubista, seguida de mais de uma centena mostras no Peru, América Latina, Estados Unidos e Europa.
Apenas dois anos depois de sua primeira amostra, se casou com a destacada poetisa peruana Blanca Varela e teve dois filhos, Vicente e Lorenzo, o segundo deles morto em um acidente de avião em 1997, o que lhe causou uma profunda dor.
No mesmo dia de seu casamento com Blanca, viajou para Paris, onde estudou de maneira autodidata aos pintores clássicos e esteve em contato com o surrealismo, informalismo e abstracionismo.
Durante sua estadia na França, também conheceu intelectuais como o mexicano Octavio Paz, o francês André Breton e o romancista argentino Julio Cortázar.
Em seu retorno para Lima, exerceu uma grande influência nas artes peruanas através do seu trabalho como docente da Escola de Arte da PUCP, cargo que exerceu entre 1956 e 1976.
Além disso, foi professor visitante das universidades Cornell, Yale e Texas, nos Estados Unidos.
Depois de se divorciar de Blanca Varela, De Szyszlo casou-se com Liliana Yávar em 1988, com quem foi encontrado morto, ontem, na sua casa, após compartilhar com ela últimos anos de sua vida.
Nos últimos anos, sempre se manifestou contra o governo do ex-presidente Alberto Fujimori, que atualmente está preso, e até alguns dias atrás se dizia contrário a qualquer tipo de indulto que o isentasse da pena de 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade.
Fernando de Szyszlo morreu em 9 de outubro de 2017, aos 92 anos junto com sua esposa, após sofrer um acidente em sua residência de Lima.
O artista plástico e sua esposa, de 96 anos, foram encontrados sem vida em sua residência. As mortes foram provocadas por um acidente doméstico.
“O Peru perdeu um de seus maiores artistas e pensadores: Fernando de Szyszlo, que faleceu esta noite junto com sua esposa, Liliana Yábar. Estendemos nossas mais sinceras condolências a seus familiares e amigos”, disse o Ministério da Cultura, através de sua conta do Twitter.
O presidente Pedro Pablo Kuczynski disse que ele foi um dos “grandes amigos de toda a vida”.
(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia – POP & ARTE – NOTÍCIA – DA AFP – 10/10/2017)
(Fonte: https://www.publico.pt/2017/10/10/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON – ARTES – LUSA – 10 de Outubro de 2017)
(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/artes – NOTÍCIAS – ARTES – CULTURA / Por Fernando Gimeno, EFE – 10 Outubro 2017)
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