A nova caipira
Música sertaneja ganha sua revista
Navegando com tranquilidade em meio à crise nas vendas de discos, a música sertaneja tem multiplicado seus ouvintes, nos últimos anos, de maneira impressionante. O modesto mercado que, em 1970, consumia poucos LPs sertanejos por mês, é hoje servido por uma poderosa indústria que chega a colocar cinquenta discos do gênero no mesmo período. Um LP sertanejo de sucesso médio vende 100 000 cópias – marca idêntica, por exemplo, à de Caetano Veloso. E só na Rádio Record, líder de audiência em São Paulo, o radialista de som caipira Zé Bétio tem nada menos que 5 milhões de ouvintes diários.
Para atender aos interesses desse público em expansão, a Editora Abril criou Som do Sertão, a primeira revista de circulação nacional sobre música e cultura sertanejas. Lançada em janeiro de 1982, como uma edição especial de Contigo, a revista esgotou os 100 000 exemplares da tiragem. Contendo reportagens especiais com Sérgio Reis e Rolando Boldrim, letras de canções de sucesso e dicas sobre medicina natural. “O público sertanejo já possuía discos, programas de rádio e de TV: só lhe faltava uma revista”, diz o jornalista Carmo Chagas, criador de Som do Sertão, que a partir de maio de 1982, será publicada mensalmente.
(Fonte: Veja, 31 de março, 1982 Edição n.° 708 Música Sertaneja Pág; 98)