Hermes Lima (1902-1978), político, jurista, escritor e sociólogo, presidente do Conselho de Ministros no governo parlamentarista de João Goulart e ministro cassado do Supremo Tribunal Federal; nascido no dia 22 de dezembro de 1902, em Livramento do Brumado, no interior baiano, filho de um lojista, fez o secundário em Salvador, onde se bacharelou em Direito em 1924; no ano seguinte, ganhou o concurso para a primeira cátedra de Sociologia instituída no Brasil, no Ginásio da Bahia; ainda em 1925, foi indicado secretário particular pelo governador recém-eleito da Bahia, Góis Calmon, iniciando assim sua vida política; na mesma época começou a escrever para jornais; em 1926, transferiu-se para São Paulo, como livre-docente da Faculdade de Direito, e participou das rodas dos intelectuais modernistas; foi soldado na Revolução Constitucionalista de 1932; no ano seguinte, mudou para o Rio de Janeiro, onde ganhou o concurso para a cadeira de Introdução à Ciência do Direito na Faculdade Nacional de Direito;
participou da Aliança Nacional Libertadora, entidade que reunia comunistas e liberais aliados contra o integralismo fascista; após a sublevação comunista de 1935, foi preso e demitido da faculdade, passando a trabalhar como advogado e jornalista; em 1945, com o fim do Estado Novo, foi reintegrado à faculdade; foi deputado à Assembleia Constituinte em 1946 e deputado federal pela União Democrática Nacional; mais tarde fundou o Partido Socialista Brasileiro, afastou-se do PSB e filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro; em o recém-empossado presidente João Goulart o escolheu chefe da Casa Civil, depois foi ministro do Trabalho e primeiro-ministro no governo parlamentarista; restabelecido o presidencialismo, foi ministro das Relações Exteriores; em junho de 1963 foi empossado ministro do Supremo Tribunal Federal, cargo do qual foi afastado, um mês antes da aposentadoria, pelo Ato Institucional n.° 5, em 1969; nessa mesma ocasião foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, como candidato único; publicou livros sobre direito, política e filosofia, além da autobiografia “Travessia” e de uma biografia do educador Anísio Teixeira. Hermes Lima morreu no dia 1.º de outubro de 1978, aos 75 anos, de edema pulmonar, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 11 de Outubro, 1978 Edição n.° 527 DATAS – Pág; 129)