Cândido Motta Filho (São Paulo, 16 de setembro de 1897 – Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 1977), advogado, professor, jornalista, ensaísta e político, nascido em São Paulo, SP, em 16 de setembro de 1897, acadêmico formou-se em Direito pela Faculdade do largo de São Francisco aos 22 anos de idade; Seu pai foi advogado e professor de Direito Penal na Faculdade de Direito de São Paulo, deputado, senador e Secretário de Estado dos Negócios da Agricultura do Estado de São Paulo.
Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo onde, em 1919, após um curso brilhante, colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, dedicando-se à advocacia, ao jornalismo, à política e ao magistério. Colaborou no Comércio de São Paulo e, com o pseudônimo de Paulo Queiroga, figurou nas crônicas diárias do São Paulo Jornal, do qual foi diretor de 1929 a 1930, quando o jornal foi empastelado com o movimento revolucionário que depôs o presidente Washington Luís. Depois de 1930, fundou, com Alcântara Machado, Abelardo César e Alarico Caiuby, a Ação Nacional do P.R.P., com programa inspirado no pensamento de Alberto Torres.
Foi oficial de gabinete do Secretário da Agricultura no Governo Altino Arantes, em São Paulo e, em 1933, do Prefeito da Capital paulista. Foi também deputado estadual pelo Partido Constitucionalista, fazendo parte da Constituinte paulista. Foi redator do Correio Paulistano, onde manteve uma coluna literária e assumiu o papel de um dos maiores animadores da Semana de Arte Moderna; participou da Revolução Constitucionalista de 1932 e foi deputado estadual de 1934 a 1937, pelo Estado de São Paulo, perdendo o mandato com a implantação do Estado Novo.
Em sua carreira política, ocupou interinamente o Ministério do Trabalho, no governo de Dutra, e foi ministro da Educação de Café Filho, ministro do Supremo Tribunal Federal, vice-presidente do STF de 1965 a 1966 e presidente do Tribunal Superior Eleitoral; foi eleito em 7 de abril de 1960, para a Academia Brasileira de Letra, onde ocupava a cadeira número 5; na sucessão de Aloísio de Castro, e recebido em 20 de julho de 1960, pelo acadêmico Josué Montello. Entre suas obras, destaca-se seu livro de memórias “Contagem Regressiva”, publicado em 1972.
Motta morreu no dia 4 de fevereiro de 1977, aos 79 anos, de câncer, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 9 de fevereiro de 1977 - Edição 440 - DATAS – Pág; 71)
O escritor paulista, participou de um acontecimento rumoroso, a Semana de Arte Moderna de 1922, foi advogado, professor, ministro de Estado, membro do Supremo Tribunal Federal.
Ligado ao processo cultural brasileiro através do serviço público e do exercício das letras, é natural que acumulasse lembranças e experiências e desejassem transmiti-las ao julgamento de seus contemporâneos e das novas gerações.
(Fonte: Veja, 8 de fevereiro de 1978 - Edição 492 - LITERATURA/ Por Hélio Pólvora – Pág: 82)
Participou da Revolução Constitucionalista, no gabinete do Governador Pedro de Toledo, juntamente com Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia. Em 1934, com Antônio de Alcântara Machado, integrou o Escritório Técnico da bancada paulista, destinado a coordenar os dados para a elaboração da Constituição Federal. Durante o Estado Novo, sucedeu a Cassiano Ricardo no Departamento de Imprensa e Propaganda e, após o período de adaptação constitucional, foi chefe de gabinete do Ministro Honório Monteiro e, a seguir, Ministro do Trabalho do Governo Gaspar Dutra. Depois da morte de Getúlio Vargas, com o Governo Café Filho, ocupou o cargo de Ministro da Educação e Cultura. Foi presidente nacional do Partido Republicano, sucedendo a Artur Bernardes.
Como advogado e professor, Cândido Mota Filho exerceu numerosos cargos: advogado do Patronato Agrícola do Estado; advogado da Prefeitura Municipal de São Paulo; professor no Ginásio Artur Mota e no Ginásio Ipiranga; professor de História, no Curso Pré-Jurídico da Faculdade de Direito de São Paulo; de Antropologia Filosófica, no curso promovido pela universidade fundada por Antônio Picarolo, livre-docente de Direito Penal e professor catedrático de Direito Constitucional, na Faculdade de Direito de São Paulo; Doutor Honoris Causa da Universidade de Porto Alegre e, finalmente, ministro do Supremo Tribunal Federal, do qual foi vice-presidente. Foi, também, presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Além disso, Cândido Mota Filho foi diretor do Serviço de Proteção a Menores de São Paulo; presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia (1936); diretor da Sociedade Paulista de Psicanálise (1928); vice-presidente da Sociedade Brasileira de Filosofia; presidente de honra do Instituto Cultural Brasil-Alemanha; membro da Academia de Belas Artes e da Academia Paulista de Letras, e presidente da Associação Nacional de Escritores.
Foi membro da Academia Brasiliense de Letras; do Instituto dos Advogados do Brasil; do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; da União Brasileira de Escritores; do Conselho Técnico de Economia, Sociologia, Política e Finanças da Federação do Comércio de São Paulo, do Pen Clube do Brasil e de São Paulo; Professor Honoris Causa da Universidade de Porto Alegre e Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
(Fonte: www.biblio.com.br)