Henrique Pongetti (Juiz de Fora, Minas Gerais, 18 de janeiro de 1898 – Rio de Janeiro, 9 de setembro de 1979), jornalista, escritor e autor de teatro mineiro.
Começou na Tribuna de Petrópolis; no fim da década de 20 escreveu no Rio de Janeiro sua primeira peça, “A Noite Mil e Dois”, musicada por Antônio Lago, pai do ator Mário Lago; no início da década de 30 lançou a comédia “Nossa Vida É Uma Fita”, com Procópio Ferreira e Manuel Pera, pais respectivamente das atrizes Bibi Ferreira e Marília Pera.
Na década de 40, lançou peças com Raul Roulien e Jaime Costa; fez o roteiro dos filmes “Grito da Mocidade”, de Roulien, e “Favela dos Meus Amores”, de Humberto Mauro; seu primeiro grande êxito teatral foi “Jujus e Balangandãs”, com 300 atores, ao fim do Estado Novo, com o incentivo de dona Darcy Vargas.
Assinou durante trinta anos, até 1968, crônica diária em O Globo; dirigiu as revistas Rio, Radiolândia e Manchete, na qual até 1972 assinou crônica semanal; seu último êxito de teatro foi “Society em Baby-Doll”.
Pongetti Fontana faleceu no dia 9 de setembro de 1979, aos 81 anos, de parada cardíaca e edema, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 19 de setembro, 1979 – Edição 576 – DATAS – Pág; 134)
Henrique Pongetti (Juiz de Fora MG 1898 – Rio de Janeiro RJ 1979). Autor. Comediógrafo prestigiado, conhecido pelas várias obras comercialmente bem-sucedidas, encenado por Raul Roulien, Renato Viana, Ziembinski e Eugênio Kusnet, entre outros.
Mineiro de nascimento, transfere-se para Petrópolis na infância. Ainda adolescente, inicia-se no jornalismo escrevendo crônicas na Tribuna de Petrópolis. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1921, trabalhando na editora O Norte, propriedade de seu pai. Lança, então, Pan sem Flauta, um livro de crônicas, obtendo reconhecimento no meio intelectual. Em anos subseqüentes trabalha em revistas ilustradas, como Mundo Ilustrado, Radiolândia, Rio, dirigindo, por muito tempo, a revista Manchete, da qual é um de seus fundadores.
Sua primeira peça – A Noite Mil e Dois – é encenada pela Companhia Ra-ta-plan. Em 1935, o Teatro Escola, de Renato Viana, coloca em cena seu texto História de Carlitos, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em 1938, Raul Roulien, dando continuidade a seu “teatro cinematográfico”, encena Malibu, um original de Henrique Pongetti, alguns quadros sobre a vida íntima de Hollywood.
Segue-se Amanhã, Se Não Chover, sobre um tema pouquíssimo brasileiro: no começo do século, num obscuro país, um revolucionário prepara uma bomba para um atentado político que, efetivamente, não chega a ocorrer. A situação é tratada em tom de comédia leve e destinada ao puro divertimento. É, em 1950, uma das peças que, sob a direção Ziembinski, revela o talento de Tônia Carrero, tornando-se um fenômeno de bilheteria e rendendo-lhe a consagração definitiva. Na mesma linha seguem-se Manequim, ambientada numa casa de modas, e Society em Baby Doll, de estrutura próxima da comédia de costumes, mas temperada com os ingredientes do escândalo levemente moralista. Em 1952, Eugênio Kusnet dirige Maria Della Costa em Manequim, de Henrique Pongetti, pretexto para a estrela trocar de roupa inúmeras vezes e desfilar à frente de sua companhia, enfurecendo os jovens modernos.
Em plena ditadura de Getúlio Vargas, Pongetti dirige o Teatro Trianon, onde encena Tibério, satirizando os regimes autoritários, e Sem Coração, um musical despretensioso. Funda, a seguir, uma companhia de micro-revistas denominada Novíssima, associado a Francisco Pepe. No Palácio do Catete, a pedido de D. Darcy Vargas, mulher do ditador, encena o espetáculo Joujoux e Balangandans, evento que reúne 300 integrantes da alta sociedade carioca.
Ziembinski volta a encená-lo em 1962, junto ao Teatro Nacional de Comédia, TNC, com Zefa entre os Homens; e depois em 1966, em Orquídeas para Cláudia, uma nova versão de Manequim, numa produção de Oscar Ornstein.
(Fonte: www.itaucultural.org.br)