Pela primeira vez os EUA registram o nascimento de um bebê saudável de uma mulher com útero transplantado

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Pela primeira vez nos EUA, mulher com útero transplantado dá à luz

Tal feito só havia sido realizado, até hoje, na Suécia; ‘Nascimento emocionante’, diz médica

 

Os Estados Unidos registraram, pela primeira vez, o nascimento de um bebê saudável de uma mulher com útero transplantado. A mãe, que nasceu sem útero, recebeu o órgão de uma doadora viva em 2016 no Centro Médico da Universidade Baylor em Dallas, e teve um bebê em novembro, informou o hospital.

 

A pedido da família, o nome, a cidade-natal e a data do nascimento estão sendo retidos para proteger sua privacidade, de acordo com Julie Smith, porta-voz do hospital, que faz parte da Baylor Scott & White Health.

Desde 2014, outros oito bebês nasceram de mulheres que tiveram transplantes de útero, todos na Suécia, no Hospital Universitário Sahlgrenska em Gotemburgo.

Uma nova fronteira, os transplantes de útero são vistos como uma fonte de esperança para mulheres que não podem dar à luz porque nasceram sem útero ou tiveram que removê-lo devido a câncer ou outras doenças, ou ainda devido a complicações decorrentes do parto. Os pesquisadores estimam que, nos Estados Unidos, 50 mil mulheres possam ser candidatas a esse tipo de transplante.

Os transplantes devem ser temporários, apenas por tempo suficiente para que a mulher tenha um ou dois filhos e, em seguida, removido para que ela possa parar de tomar os medicamentos imunossurpresos necessários para evitar a rejeição do órgão.

A médica Liza Johannesson, cirurgiã que realiza transplante de útero e que deixou a equipe sueca para se juntar ao grupo de Baylor, disse que este nascimento foi particularmente importante porque mostrou que o sucesso não se limita ao hospital em Gotemburgo.

— Para que esse campo cresça, é preciso que o procedimento seja realizado em mais mulheres. Isso tem que ser reproduzido — destacou ela, acrescentando que, poucas horas depois do anúncio de Baylor, grupos ao redor do mundo que defendem direitos das mulheres com infertilidade uterina haviam entrado em contato parar expressou otimisto com a notícia.

— Foi um nascimento muito emocionante — disse a médica ao “New York Times”. — Eu vi tantos nascimentos e fiz o parto de tantos bebês, mas esse foi muito especial.

 

OUTRAS NOVE MULHERES TENTAM MESMO SUCESSO

 

Nesse hospital dos EUA, oito mulheres fizeram esse tipo de transplante — incluindo a nova mãe —, em um ensaio clínico destinado a incluir 10 pacientes. Uma outra participante do ensaio está grávida e duas — uma das quais recebeu o útero de uma doadora morta — estão tentando conceber. Quatro outros transplantes falharam após a cirurgia, e os órgãos tiveram que ser removidos, contou o cirurgião Giuliano Testa, investigador principal do projeto de pesquisa e chefe cirúrgico da seção de transplante abdominal no Centro Médico da Universidade de Baylor.

— Nós tivemos um começo muito difícil, mas em seguida conseguimos entrar no caminho certo — disse ele, também ao “New York Tmes”. — Eu me sinto muito grato pelo tanto que as mulheres vêm contribuindo, mais do que posso expressar.

Tanto Liza quanto Giuliano Testa afirmam que uma grande parte da motivação deles veio do fato de conhecer as pacientes e entender o quanto elas estavam devastadas por saberem que não poderiam ter filhos.

— Eu acho que muitos homens nunca entenderão isso completamente, o desejo dessas mulheres de serem mães — comentou Testa.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/saude – SOCIEDADE – SAÚDE / POR O GLOBO COM SITES INTERNACIONAIS – 

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