Novodvorskaya: Histórica dissidente da URSS
Valeria Ilyinichna Novodvorskaya (Bielorrússia, em 1950 – Moscou, 12 de julho de 2014), uma das vozes mais críticas dos vários poderes que passaram pelo Kremlin nas últimas décadas.
A ativista liberal russa, era dissidente soviética, foi a fundadora e presidente do partido “União Democrática”, tradutora e professora de profissão, membro do conselho editorial da revista “The New Times”.
Nasceu na república soviética da Bielorrússia, em 1950. Ainda na adolescência, formou um grupo clandestino de estudantes para derrubar o regime comunista.
Aos 19 anos, foi detida pela primeira vez pelo KGB. O regime soviético diagnosticou-lhe “esquizofrenia” e internou-a várias vezes.
Valeriya Novodvorskaya participou ativamente no movimento dissidente soviético desde a sua juventude, presa pela primeira vez em 1969 por distribuir os panfletos que criticavam a invasão soviética da Checoslováquia (Primavera de Praga de 1968). Os folhetos incluíam os versos da sua autoria: “Obrigado, o partido comunista, pela nossa amargura e desespero, pelo nosso silêncio vergonhoso, obrigado o partido!”. A dissidente tinha apenas 19 anos nessa época, foi presa e encarcerada no hospital psiquiátrico soviético, assim como muitos outros dissidentes. Ela descreveu sua experiência de psiquiatria punitiva soviética no livro “Beyond Despair”.
Em 18 de março de 2014 na declaração da liderança da “União Democrática”, Novodvorskaya criticou fortemente a Rússia pela sua política externa em relação à Ucrânia, dizendo que a “União Democrática” não reconhece nem a realização de um referendo sob os canos de canhões e metralhadoras russas, nem os seus resultados falsificados. Tártaros da Crimeia não participaram no referendo. […]
Assim, a União Democrata não reconhece este anschluss, não reconhece a anexação da Crimeia, considera a Crimeia como território ucraniano e não quer se solidarizar com um estado fascista, que segue o caminho do Stalin-Hitler, encabeçado pelos chequistas. Rússia declarou a guerra contra Ucrânia. Nesta guerra estamos do lado da Ucrânia.
Continuou a criticar os diferentes líderes do Kremlin após a queda da União Soviética, altura em que criou o partido União Democrática da Rússia. Nos últimos anos, não poupou Vladimir Putin, fosse pela guerra na Chechénia, o conflito com a Geórgia ou, recentemente, por causa da anexação da Crimeia.
Mesmo assim, o Presidente da Rússia não deixou de apresentar condolências à família e amigos de Valerie Novodvroskaya.
A ativista faleceu em 12 de julho, num hospital de Moscou, em resultado de complicações relacionadas com uma doença crônica. Tinha 64 anos.
(Fonte: http://pt.euronews.com/2014/07/13 – NOTÍCIAS – MUNDO / De Euronews – Últimas notícias – 13/07/2014)
(Fonte: https://ucrania-mozambique.blogspot.com.br/2014/07 – UCRÂNIA E ÁFRICA – JULHO 13, 2014)