Durante a década de 1970, seguindo uma tendência mundial de uso sustentável dos recursos naturais, a formação profissional passou a priorizar a sustentabilidade, decisão consolidada
com a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92), no Rio de Janeiro. Nessa mesma época, no ano de 1970, foi criado no Rio Grande do Sul o primeiro curso de Engenharia Florestal, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fundado pelo integrante da primeira turma de Engenharia Florestal do Brasil, o Engenheiro Florestal José Sales Mariano da Rocha.
A década seguinte foi de grande atividade política, social e profissional para os Engenheiros Florestais. Ser ecologicamente correto passou a fazer parte dos hábitos do cidadão, consciência que contribuiu positivamente para o papel do profissional na sociedade brasileira, aumentando sua responsabilidade para o desenvolvimento ecologicamente correto.
As queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste causaram repercussão negativa, e a transformação da exploração numa atividade econômica sustentável tornou-se o grande objetivo. Para tanto, em 1988, a Constituição Brasileira dedicou um capítulo ao meio ambiente (art. 225), reforçando o princípio de uso sustentável dos recursos naturais.
O primeiro curso de Engenharia Florestal do Brasil foi implantado em 1960, na cidade de Viçosa (MG). O aproveitamento irracional das florestas e a crescente exportação de produtos madeireiros levaram à necessidade de formação de especialistas na área de recursos naturais renováveis. Assim, ao fim da década de 1960, ações governamentais impulsionaram significativamente o setor. Dentre elas, destacaram-se a profunda reformulação do Código Florestal Brasileiro, em 1965 ano em que a Engenharia Florestal passou a fazer parte do Sistema Confea/Crea , e a criação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) e de políticas de incentivos fiscais para o reflorestamento, medida que foi ao encontro do objetivo do País de se tornar líder mundial na produção de celulose e de produtos madeireiros de florestas plantadas.
No início da década de 1990, os assuntos ambientais passaram a ter status ministerial, com a criação do Ministério do Meio Ambiente.
O curso de Engenharia Florestal teve duas reformulações em função das Leis de Diretrizes e Bases do Ministério da Educação, sendo uma em 1996 e outra em 2006, permitindo novos rumos ao ensino. As alterações na grade curricular do curso ocorreram conforme o cenário político-social do país.
No âmbito do Sistema Confea/Crea, a Engenharia Florestal obteve avanços com a criação da sua Câmara Especializada, sendo uma delas no Rio Grande do Sul, a qual completou 10 anos, permitindo, dessa forma, maior fiscalização do exercício profissional.
(Fonte: Conselho em Revista CREA RS – Ano VI N.º 70 Junho de 2010 – Memória Pág; 35)