O cantor Ruy Faria, ex-integrante do MPB4
Fundador do famoso quarteto musical
Ruy Alexandre Faria (Cambuci (RJ) em 31 de julho de 1937 – Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2018), cantor, ex-integrante e fundador do grupo vocal MPB4, em 1964, no Centro Popular de Cultura da Universidade Federal Fluminense (UFF), instituição pela qual se formou em Direito. Além de músico, Ruy era advogado.
Em 1964, integrou o Conjunto do CPC, que depois se tornaria o MPB4, que manteve sua formação até 2004, quando foi anunciado o fim do grupo.
Ruy Alexandre Faria fundou o MPB4, um dos grupos de maior sucesso da MPB, no qual o cantor ficou na ativa de 1964 a 2004.
Cantor, compositor e produtor musical nascido no dia 31 de julho de 1937, no Município de Cambuci- Rio de Janeiro. A mãe Enedina Alexandre Faria tocava piano e o pai Octávio Faria, era trompetista. Ruy iniciou suas atividades musicais como crooner do “Boêmios do Ritmo”, um conjunto de baile de Santo Antônio de Pádua (RJ). Em Niterói, com Gerardo, Gilberto Peruzinho formou o Trio Alvorada, cover do Trio Irakitan e atuou como músico, cantor e ator no Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), ao lado de Carlos Vereza, João das Neves e Oduvaldo Viana Filho, entre outros.
Em 1964, integrou o Conjunto do CPC, um embrião do que viria a ser o MPB4, que em 1965 por força do golpe militar de 64, virou profissional, em São Paulo. Formou então um dos principais grupos musicais da MPB, ao lado de Magro, Miltinho e Aquiles e fez parte do MPB-4 até o ano de 2004
Paralelamente ao seu trabalho com o MPB4, Ruy gravou, com produção e direção próprias, o álbum solo “Amigo é pra essas coisas”, remasterizado e relançado em CD pela gravadora Velas. Fez shows individuais em várias cidades cantando músicas do disco.
Atuou como diretor artístico e produtor musical de um disco de Roberto Nascimento e do LP “Pronta pra consumo”, do Quarteto em Cy. Ruy teve parcerias musicais importantes com Cynara, como nos álbuns “Cobra de Vidro” (1978), “Bate-Boca” (1997), “Somos todos iguais nesta noite” (1998).
Ruy foi responsável por assinar inúmeros roteiros para espetáculos do MPB4, como “Canções e momentos”, “Feitiço carioca” (em homenagem a Noel Rosa em 1987), “Melhores momentos” (em homenagem aos 30 anos do Canecão/RJ) e, com Miguel Falabela e Maria Carmem, “Arte de cantar” (em comemoração aos 30 anos de carreira do grupo). Atuou também como diretor artístico do CD “Melhores momentos”, gravado ao vivo pelo MPB4 no Teatro Rival.
Participou de projetos como roteirista e diretor geral de shows de Danilo Caymmi; Marisa Gata Mansa e Reinaldo Gonzaga em homenagem à obra de Antonio Maria; Do show de lançamento do CD da cantora Dora Vergueiro e do show de lançamento do instrumentista, compositor e cantor Kiko Furtado.
Ao deixar o MPB4, após 40 anos de trabalho em conjunto, Ruy fez shows em dupla com o compositor Carlinhos Vergueiro, no Rio de Janeiro e em 2005, lançaram juntos o CD “Dupla brasileira – Só pra chatear”, reverenciando duplas que marcaram o cenário da música popular brasileira, como Francisco Alves e Mário Reis, Cascatinha e Inhana, Zé e Zilda, Jackson do Pandeiro e Almira, Joel e Gaúcho, Jonjoca e Castro Barbosa, Toquinho e Vinicius, Irmãos Tapajós e ainda Cynara e Cybele.
Formado advogado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), após 43 anos conseguiu em 2007 emitir seu registro como advogado pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB tendo exercido a profissão no Rio de Janeiro.
Ruy Faria lançou em outubro de 2016 o álbum “Ruy Faria – 50 anos de carreira”, pela PlayRec Music com participações especiais do pianista Edu Toledo e da violinista Lara Salustiano.
No decorrer da sua trajetória, Ruy se envolveu em vários projetos, entre eles uma pequena participação como ator no filme do Hugo Carvana: “Apolônio Brasil – O Campeão da Alegria”.
Na década de 70 teve uma coluna de música chamada “Cara a Cara”, no jornal “A Notícia”. Realizou várias entrevistas com astros da MPB, para “O Dia”. Participou durante uns três anos como debatedor do programa “Sem Censura”, com a Leda Nagle na TVE. Criou e realizou o projeto “Ritmos a Gosto”, solicitado pela Prefeitura do Rio e apresentado no Teatro Sergio Porto, no Humaitá-Rio de Janeiro
Em 2006 apresentou um programa de entrevista chamado “De Papo pro Ar” na Interativa TV Web – www.interativatvweb.com.br. tendo entrevistado vários intérpretes como: Edu Krigger; Nilze Carvalho; Roberto Menescal; Mônica Salmaso e Toninho Ferraguti; Camila Costa; Marcelo Meneses, João Faria, Chico Faria; Fagner.
Ruy realizava palestras sobre música popular em faculdades e foi sócio proprietário de dois bares-restaurantes:Razão Social (Rio/Botafogo/Centro) e Arte do Encontro (Niterói/Centro).
Entre outros projetos especiais como o de Ismael Silva, que fez na Fábrica de Samba, em SP, apresentou o show “Os Bingos nos is”, em quatro Bingos do Rio, criou o espetáculo de dança chamado Violeta & Juvenal, baseado em músicas do João Bosco e Aldir Blanc, com textos do Millôr. Em 2008, Ruy adaptou e dirigiu o espetáculo musical “Calabar”, de Chico Buarque e Rui Guerra, no Teatro Niemeyer- Niterói, tornando-a uma opera popular.
Após o fim do MPB4, Ruy Faria lançou um álbum com o compositor Carlinhos Vergueiro, seu último trabalho em estúdio.
Mais velho integrante do grupo e primeira voz do quarteto, que tinha ainda os cantores Aquiles Reis, Magro Waghabi e Miltinho, Ruy teve desde cedo experiência como crooner. Influenciados por grupos como Os Cariocas, os membros do MPB4 resolveram se tornar profissionais em 1965.
Ruy deixou seu emprego no Banespa, no Rio de Janeiro, para atuar nos Centros Populares de Cultura.
Em 2008, ele adaptou e dirigiu o espetáculo musical “Calabar”, de Chico Buarque e Rui Guerra, em Niterói.
Ruy Faria morreu em 11 de janeiro de 2018, aos 80 anos. Internado desde o dia 9 de dezembro no Hospital Federal de Bonsucesso, ele teve falência múltipla dos órgãos em decorrência de uma pneumonia.
A informação é da sua ex-mulher, a cantora Cynara Faria, do Quarteto em Cy.
— Meu grande amigo e parceiro de música, morava aqui em cima do meu apartamento.
Uma perda muito grande — diz Cynara. — Até hoje os fãs falam que o som do grupo era a voz que o Ruy emitia.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA – MÚSICA / POR O GLOBO – 11/01/2018)
(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia – POP & ARTE – MÚSICA – 12/01/2018)
(Fonte: http://wp.radioshiga.com – ARTE e CULTURA / Por Cleo Oshiro – 12 de janeiro de 2018)
(Fonte: Zero Hora – Ano 54 – N° 18.985 – 15 de janeiro de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 28)