Luiz Garcia, advogado, promotor de justiça, jornalista, professor e político brasileiro eleito governador de Sergipe

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Luiz Garcia (Rosário do Catete, 14 de outubro de 1910 – Aracaju, 11 de agosto de 2001), advogado, professor e político que também exerceu, no jornalismo, atividades intelectuais, chegando a ocupar, desde a década de 40, uma Cadeira na Academia Sergipana de Letras.

 

Trajetória e atividades políticas

 

Na vida política, o ex-governador Luiz Garcia deixou marcas expressivas e se destacou nas áreas de educação, saúde e cultura. Realizou grandes construções que trouxeram desenvolvimento para Sergipe, como a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Sergipe – CONDESE, fundação da Faculdade de Medicina, criação do primeiro centro de reabilitação,Ninota Garcia, aeroporto de Aracaju,  estação rodoviária,  Museu de Sergipe e criação do Banco de Sergipe- BANESE.

 

Biografia

 

Luiz Garcia, nascido em 14 de outubro de 1910, se tornou governador de Sergipe aos 49 anos, ficou no comando do Estado entre os anos de 1959 à 1962.

Luiz Garcia foi deputado federal em quatro legislaturas (1951-1955, 1955-1959, 1967-1971, e 1971-1975 e 1º suplente (1979-1983). Em 1958 elegeu-se governador do estado, trazendo para Sergipe uma visão empreendedora e moderna. Buscando aprimorar a administração pública estadual e a dinamizar os segmentos produtivos.

 

Natural de Rosário do Catete, era filho de Antônio Garcia Sobrinho e de Antônia de Menezes Garcia. Iniciou seus estudos na sua cidade de origem e os preparatórios no Ateneu Sergipense, em Aracaju. Ingressou na Faculdade de Direito, na Bahia, assumindo cargo de promotor público de Estância onde adotou uma postura invulgar, como ardoroso defensor da sociedade.

 

Graduado em direito, destacou-se na vida política do Estado. Adotou jornalismo como meio de divulgar as suas ideias e de combates as dos seus adversários, recebendo a direção do Correio de Aracaju. Em 06 de julho de 1942, tomou posse na cadeira nº 37, da Academia Sergipana de Letras. Participou da fundação da Faculdade de Direito de Sergipe.

 

 

Reunião de Governadores e líderes da UDN, no Palácio Olímpio Campos. A partir da esquerda: Leandro Maciel, Dinart Mariz (RN), Jânio Quadros (SP), Juracy Magalhães (BA), Cid Sampaio (PE), Luis Garcia (SE) e Magalhães Pinto (MG) FONTE: Fotos reproduzidas do livro: “Governadores em Três Estados do Brasil” de José Anderson Nascimento.

 

 

De família pobre, com muitos irmãos, Luiz Garcia foi um esforçado estudante, vencendo as dificuldades e conquistando o diploma de bacharel em Direito. Seus irmãos Antônio Garcia Filho preferiu a Medicina, Carlos Garcia, o Direito e José Garcia Neto a Engenharia Civil, Robério, o mais velho, permaneceu na retaguarda da família, ajudando a que os irmãos adquirissem a formação superior, que os projetaria, a todos, na vida sergipana. E de fato toda a família se destacou e a segunda geração segue os mesmos passos, antevendo, já, uma terceira geração aparecendo.

A saga dos Garcia, desde o pequeno Rosário do Catete, até os mandatos eletivos, é uma prova de esforço, de superação, incomum em Sergipe. O que tem sido comum é a permanência de milhares de famílias, nas condições adversas, seja na capital, seja no interior, enfrentando a pobreza, a falta de escolas públicas, as dificuldades para uma vida melhor. Havendo, por exemplo, um comparativo das condições da população rosarense, das primeiras décadas do século, e se teria, com toda a certeza, o testemunho do esforço da família Garcia, em vencer a realidade, e em buscar em outros cenários as melhores opções para a sobrevivência. A vitória da família ativou, em cada um dos seus membros, os talentos, levando-os a conquistas individuais, que Sergipe reconhece e exalta, e que é, sem qualquer dúvida, o maior patrimônio.

Político aos 24 anos, quando foi eleito deputado à Assembleia Constituinte Estadual, em 1934, Luiz Garcia cumpriria uma longa carreira de mandatos federais, recheada com sua passagem, de 1959 a 1962, pelo Governo do Estado. Na Câmara Federal Luiz Garcia, que representava a União Democrática Nacional – UDN, era um orador vibrante, um parlamentar atento, corajoso em suas posições, como o combate ao divórcio, no embate jurídico e ético com o então deputado Nelson Carneiro. Após o golpe militar de 1964, extintos os partidos criados com a redemocratização de 1945, alinhou-se na Arena, conquistando mais mandatos, até encerrar a sua participação parlamentar. Na família Antônio Garcia Filho e Carlos Garcia participaram de eleições em Aracaju, José Garcia Neto fez carreira no Mato Grosso, onde foi governador, e seu filho Gilton Garcia foi deputado estadual, deputado federal e governador do Amapá.

No Governo do Estado, eleito em 1958, substituindo a Leandro Maciel, seu líder e chefe da UDN, Luiz Garcia deu um toque próprio à administração, com medidas de alcance que ainda hoje repercutem, com a criação do Condese – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Sergipe, infelizmente extinto, do Ipes – Instituto de Previdência do Estado de Sergipe. Lamentavelmente em crise, a Faculdade de Medicina de Sergipe, incorporada, em 1967, à Universidade Federal de Sergipe, o Centro de Reabilitação, também extinto, e obras de interesse turístico, como a Estação Rodoviária, no centro da cidade, o Hotel Pálace de Aracaju, hoje abandonado, a nova Estação de Passageiros do Aeroporto Santa Maria, hoje desativada e o Banco de Fomento do Estado, mais tarde transformado em Banese, um dos esteios para o desenvolvimento do Estado, que sobrevive bravamente.

Luiz Garcia deu todas as condições para que seu irmão Antônio Garcia Filho e seu cunhado Junot Silveira dotassem Sergipe do Museu de São Cristóvão, dos painéis de Jenner Augusto, no Hotel Palace, no Aeroporto, as exposições de artes plásticas, a publicação de livros e de cadernos de cultura, as premiações, estimulando aos novos autores com suas obras, Luiz Garcia enfrentou, no entanto, fortes críticas, insinuações que atingiram a sua família. Hoje, diluídos os interesses político-partidários, e vistos, com isenção, o seu governo e sua atuação parlamentar cabe a Luiz Garcia, de plena justiça, um lugar destacado na história de Sergipe, na administração pública, na militância política, é tudo coroando um exemplo familiar de vida. Sergipe deve a Luiz Garcia o tributo do reconhecimento pela sua contribuição ao Estado e ao povo.

Luiz Garcia morreu em Aracaju, em 11 de agosto de 2001, às vésperas de completar 91 anos, depois de longa enfermidade.

(Fonte: http://www.institutomarcelodeda.com.br – Notícias / por IMD Instituto Marcelo Déda – 1º de novembro de 2012)

(Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br – Diário de Cuiabá – Edição nº 10044 – ARTIGOS – 21/08/2001)

* Editorial publicado no jornal Gazeta de Sergipe em 15/08/2001. Luiz Garcia era irmão do ex-governador de Mato Grosso José Garcia Neto

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