Estabeleceu o primeiro hospital para mulheres da cidade de nova York, conhecido como o primeiro ginecologista da história

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James Marion Sims (Condado de Lancaster, Carolina do Sul, 25 de janeiro, 1813 – Nova York, 13 de novembro de 1883), médico cirurgião mais conhecido como J. Marion Sims.

O médico J. Marion Sims é conhecido por muitos como “pai da ginecologia moderna”. Ele estabeleceu o primeiro hospital para mulheres da cidade de nova York, em 1855, inventou o espéculo e foi pioneiro de uma técnica cirúrgica para reparar a fístula vesico vaginal, complicação resultante de traumas obstétricos.

Mas os avanços de Sims foram obtidos após cirurgias experimentais em escravas, feitas sem anestesia e, segundo alguns especialistas, sem consentimento. Esses julgamentos foram graves violações éticas, segundo muitos historiadores e ativistas da justiça social.

 

 

CONHEÇA A POLÊMICA HISTÓRIA POR TRÁS DO SURGIMENTO DA GINECOLOGIA

 

James Marion Sims foi um médico que viveu no século 19 e ficou mundialmente conhecido como o primeiro ginecologista da história, sendo que alguns ainda o consideram o pai da ginecologia. No entanto, médicos e cientistas questionam o seu título devido a seus métodos polêmicos que envolviam escravas e dispensavam anestesias.

Seu legado foi colocado à prova na década de 1970 – época em que os Estados Unidos buscavam a igualdade de direitos raciais e sexuais – justamente por ter sido construído com base em mulheres que serviam como escravas e passaram por inúmeros procedimentos dolorosos para que Sims pudesse desenvolver seus conhecimentos.

 

Um pouco de história

 

J. Marion Sims

James Marion Sims. (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)

Nascido em 1813 na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, James Marion Sims passou rapidamente pela escola de medicina e se formou em sua terra natal. O destino fez com que mulheres que sofriam de doenças desencadeadas pelo parto o procurassem e ele passasse a se interessar pelo assunto.

Casos de fístulas vesicovaginais – que é quando surge uma ligação entre a bexiga e a vagina, geralmente causada por um parto inadequado – eram comuns entre as mulheres e causavam muitas dores e desconfortos. O conhecimento desses casos fez com que Sims se sentisse na obrigação de ajudar tais mulheres.

Para tratar suas pacientes, o médico desenvolveu um espéculo – que o permitia visualizar o corpo da mulher com mais facilidade – e criou uma postura adequada para os exames, mas ele ainda precisava de “cobaias” para desenvolver seus estudos e comprovar a eficiência de suas técnicas e teorias.

 

Métodos e questionamentos

 

 

James Marion Sims

Espéculo desenvolvido por J. Marion Sims. (Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)

 

 

Algumas fontes afirmam que o médico comprou mulheres na condição de escravas para que pudesse realizar seus experimentos. Diz-se que ele chegou a operar 10 mulheres, mas apenas 3 delas foram identificadas ao longo da história e atendem pelos nomes de Anarcha, Betsy e Lucy.

Seus registros médicos mostram que Anarcha, por exemplo, foi operada em mais de 30 ocasiões diferentes. Outro ponto passível de discussão é que Sims não utilizava anestesia em seus procedimentos, sendo que os inibidores já vinham sendo utilizados desde o início do século 18.

Mesmo sendo criticado por seus colegas, o médico obteve sucesso em vários procedimentos e, a partir de então, passou a executá-los em mulheres caucasianas que sofriam com os mesmos problemas, desta vez utilizando anestesias.

 

Pioneirismo e polêmica

 

 

Estátua de Sims no Central Park, em Nova York. Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

 

O primeiro médico a questionar os métodos utilizados pelo ginecologista foi o Dr. Graham Barker-Benfield, historiador da Trinity College, na Irlanda, que em 1974 escreveu que os experimentos de Sims “resistiram por anos de uma agonia quase inimaginável”.

Atualmente, a comunidade médica tende a aceitar o ponto de vista assumido por Dr. Mengele e outros médicos renomados que acreditam que, sem dúvidas, o trabalho de Sims constitui uma fonte de conhecimentos, mas trata-se de uma fonte que carrega um alto preço ético caso alguém utilize suas informações.

Por mais que o legado do Dr. James Marion Sims seja controverso e apresente vários pontos a serem criticados, não há como negar que seus estudos foram de fundamental importância para o desenvolvimento da medicina. Depois de sua morte, o profissional foi reconhecido por alguns como um pioneiro nessa área de estudo e estátuas foram levantadas em sua homenagem.

 

“Enquanto alguns pensam que o Dr. J. Marion Sims foi um pioneiro, nós sabemos que seu trabalho era altamente antiético e profundamente racista. Um monumento para reconhecer um torturador em série de mulheres negras escravizadas não tem lugar na nossa cidade e hoje está sendo tomada uma ação para finalmente removê-lo”, tuitou a advogada pública de NY.

 

Estátua de médico que fazia testes em escravas é removida de parque em NY.

 

 

Dr. James Marions Sims

A estátua do Dr. J. Marions Sims sendo removida do Central Park, em Nova York (Imagem: Getty Images)

 

A Comissão Pública de Design da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, presenciou uma votação unânime em favor da remoção da estátua do cirurgião J. Marion Sims do Central Park. A estátua foi removida do parque, em 17 de abril de 2018.

 

Dr. James Marions Sims

A estátua foi removida do parque e levada para o cemitério onde ele está enterrado, no Brooklyn. (Imagem: Getty Images)

 

(Fonte: https://universa.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/17 – NOTÍCIAS – Da Universa, em São Paulo – 17/04/2018)

(Fonte: https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia – MEDICINA e PSICOLOGIA – CIÊNCIA / POR FABRÍZIA RIBEIRO – 08/10/2013)

Ao longo da história, mulheres negras eram utilizadas como cobaias

Conheça a história do médico que se baseava no racismo científico para fazer experimentos sem anestesia em mulheres negras

Anarcha Westcott - James Marion Sims

Ao longo da história, mulheres negras eram utilizadas como cobaias

James Marion Sims foi um médico que utilizava mulheres negras escravizadas para seus experimentos.
No entanto, essa visão era popular há três séculos atrás e era usada para sustentar experimentos científicos em mulheres negras, sem anestesia ou segurança de que sairiam vivas.
No século XIX, o racismo científico sustentava o argumento que as mulheres negras não experimentavam a dor da mesma maneira que outras pessoas. Desta maneira, eram utilizadas para experiências dolorosas.

Um dos casos conhecidos daquela época foi o da Anarcha Westcott que vivia em Alabama, nos Estados Unidos. Mulher negra escravizada, ela tinha raquitismo, doença causada por falta de vitamina D ou desnutrição. Por conta de sua condição, tinha dificuldade em dar à luz. O médico James Marion Sims realizou com ela 30 experimentos sem anestesia.

James Marion Sims, conhecido como “pai da moderna ginecologia”, fez de cobaias outras tantas mulheres negras. Seus estudos geraram procedimentos de sucesso que foram usados em mulheres brancas. Desta vez, com anestesia e segurança.

(Fonte: https://delas.ig.com.br/comportamento/2021-03-27 – COMPORTAMENTO / DELAS / Por iG Delas – 
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