Foi um dos homens de Pinochet durante o golpe militar contra Allende
José Toribio Merino Castro (La Serena, Chile, 14 de dezembro de 1915 – Viña del Mar, Chile, 30 de agosto de 1996), almirante da Marinha do Chile, e um dos quatro membros da junta militar que liderou no Chile o golpe que depôs o governo do presidente socialista Salvador Allende, membro da Junta do Governo por 16 anos, desde o golpe militar de 11 de setembro de 1973 a março de 1990.
– Merino: o incitador que acompanhou a ditadura até o final
O almirante José Toribio Merino foi “o gestor do golpe”, que a 9 de setembro de 1973, enviou uma mensagem a Pinochet e ao general Leigh, em Santiago, para que se marcasse o dia 11 como a data do levante.
Na noite de 10 de setembro, para despistar o governo, Merino ordenou zarpar a esquadra e se unir à Operação Unitas, com navios dos Estados Unidos. Mas na madrugada do dia 11, a esquadra regressou ao porto de Valparaíso numa operação que foi chave para o êxito do golpe.
Merino assumiu então a chefia da Marinha, prendeu o comandante-em-chefe almirante Raúl Montero (1914-2000) e entrou na Junta Militar para dirigir a política econômica.
Pinochet foi o último dos chefes das Forças Armadas a se unir ao golpe, escreveu em suas memórias o almirante José Toribio Merino, que assumiu o comando da Marinha nesse dia.
José Toribio Merino morreu a 30 de agosto de 1996, aos 81 anos, vítima de um câncer.
Leigh, “o durão”
O general Gustavo Leigh, comandante-em-chefe da Força Aérea do Chile (Fach), foi o primeiro assinar o documento que enviou a Santiago o almirante Merino, marcando o 11 de setembro para o golpe às 6 da manhã.
Desde a Academia de Guerra da Fach, Leigh ordenou um grupo de pilotos de combate que bombardeassem o palácio de La Moneda, com aviões Hawker Hunter.
“Foi uma medida dolorosa, mas foi uma medida que deve ter poupado muitas vidas, porque o presidente Allende estava decidido a morrer em La Moneda, como já nos tinha manifestado pessoalmente”, diria Leigh anos depois.
Era considerado o “durão” da Junta e quando assumiu anunciou sua vontade de “extirpar o câncer marxista”.
Leigh foi destituído da junta e da Fach em 24 de julho de 1978, por discrepâncias com Pinochet sobre os prazos para restaurar a democracia.
Anos depois, sobre sua destituição Leigh disse “sempre considerou que foi um erro me destituir. Eu, o único que queria evitar erros enormes. Ele (Pinochet) era como um elefante numa cristaleira”.
Fora do governo e da força aérea, a 21 de março de 1990 um comando da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR) o atacou a tiros em seu escritório. Cinco balas lhe arrancaram um olho e o feriram no rosto, no tórax e nos braços.
Mendoza, “o general rastejante” chefe dos Carabineros
O general César Mendoza, chamado de “general rastejante” pelo presidente Allende, no dia do golpe, recebeu a 10 de setembro um telefonema do general Leigh para assumir o comando dos Carabineros, substituindo o general José María Sepúlveda (1917-1988).
Mendoza se converteu assim no quarto integrante da Junta, até que renunciou a 2 de agosto de 1985, depois que o juiz Adolfo Bañados determinou que um comando de Carabineros sequestrasse e degolasse os comunistas José Manuel Parada, Manuel Guerrero e Santiago Nattino.
Enquanto seus homens eram condenados à prisão, Mendoza se afastou das atividades públicas e morreu a 13 de setembro de 1996, aos 78 anos.
(Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo – NOTÍCIAS / MUNDO / Por (AFP) – SANTIAGO, 10 dez 2006)
(Fonte: https://noticias.uol.com.br/inter/afp/2003/09/08 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS / Por SANTIAGO (AFP) – 08/09/2003)
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