Álvaro de Barros Lins (1912-1970), ex-chefe da Casa Civil de Juscelino Kubitschek (1956), ex-embaixador do Brasil em Portugal (de 1956 a 1959), onde se tornou famoso por conceder asilo político ao líder oposicionista Humberto Delgado, numa manobra que lhe custou o cargo e violentas ameaças da ditadura salazarista; Em outubro de 1934, convidado pelo interventor e depois governado de Pernambuco Carlos de Lima Cavalcanti, tornou-se Secretário do Governo Estadual. Integrou, em 1936, a chapa do Partido Social Democrático (PSD) de Pernambuco, para disputar uma cadeira à Câmara dos Deputados. Entretanto, o golpe de 1937, que instaurou o Estado Novo, suspendeu as eleições. Álvaro Lins deixou a Secretaria de Governo em novembro de 1937 e abandonou seus planos políticos. Nasceu em Caruaru, Pernambuco, no dia 14 de dezembro de 1912. Crítico literário (quinze livros publicados), jornalista, com a morte de Edgar Roquette-Pinto, foi eleito por unanimidade, em 1955, para ocupar a cadeira número 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Foi Delegado Governamental, Secretário e Vice-Presidente da Unesco no Brasil, no período de 1946 a 1952, e professor da cadeira de Estudos Brasileiros na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Lisboa, em missão oficial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (1952 a 1954). Em agosto de 1954, Álvaro Lins retornou ao Brasil, reassumindo as atividades jornalísticas e a cátedra de literatura no Colégio Pedro II. A partir de 1961 e até 1964, dirigiu o Suplemento Literário do Diário de Notícias. Em 1962, chefiou a Delegação Brasileira ao Congresso Mundial da Paz, realizado em Moscou. Nos últimos anos de sua vida, dedicou-se a escrever livros. Álvaro Lins morreu no dia 4 de junho de 1970, aos 57 anos, de um fulminante ataque cardíaco, no Rio de Janeiro, sem poder ver realizado um de seus desejos – “Antes de eu morrer espero que este sujeito (Salazar) bata as botas”. Enterrado sem o fardão aristocrático da Academia, como havia pedido: “Não me enterrem de fardão ou casaca, porque vou ficar perto das pessoas ao lado das quais sempre lutei”.
(Fonte: Veja, 10 de junho, 1970 Edição n.° 92 DATAS – Pág; 96)