Murillo Mendes, filho do fundador da construtora Mendes Junior
Murillo Mendes estava à frente dos negócios há mais de 40 anos, tendo comandado construções importantes como da Ponte Rio-Niteró e das usinas hidrelétricas de Itaipu e Furnas.
Murillo Mendes, empresário do ramo da construção civil mineiro, presidente da construtora Mendes Júnior, foi uma das maiores reservas de intelectualidade e empreendedorismo de Minas Gerais. Um homem simples, de trato ameno, que deixou sua contribuição para o progresso do país.
O empreiteiro Murillo Mendes, filho do fundador da construtora Mendes Junior, o engenheiro José Mendes Junior, criada em 1953 e que foi pioneira na internacionalização das empresas brasileiras do setor durante o chamado período do milagre econômico, nos anos 70, período da ditadura militar.
A Mendes Júnior já foi uma das maiores construtoras do país, tendo ajudado a levantar a Hidrelétrica de Itaipu e a Ponte Rio-Niterói. Em 2014, porém, virou alvo da Operação Lava Jato.
O empreiteiro Murillo Mendes sucedeu o pai, José Mendes Júnior, que fundou a empresa em 1953. Entre as obras importantes que a construtora participou está a Hidrelétrica de Furnas, em 1957, a ponte Rio-Niterói, em 1971, a Hidrelétrica de Itaipu, 1973, além de construções no exterior.
A atuação internacional da empreiteira começou em 1969, na construção da Usina Hidrelétrica de Santa Isabel, na Bolívia. Em 1978, a Mendes Júnior iniciou no Iraque a construção da Ferrovia Baghdad-Akashat-Alqaim, que liga essas três importantes cidades do Oriente Médio.
A empresa foi ainda contratada para a construção da rodovia Expressway no Iraque, entre 1981 e 1986. Também foi responsável por uma nova estação de bombeamento no Rio Eufrates, no chamado Projeto Sifão, iniciado em 1984.
Em 1994, a Mendes Júnior assinou o primeiro contrato de construção de uma empresa brasileira na China. A empreiteira construiu a barragem e realizou a montagem eletromecânica do vertedouro da Usina Hidrelétrica de Tianshengqiao I (TSQ – I). Atualmente, é a segunda maior barragem de enrocamento com face de concreto (BEFC) do mundo e a maior da Ásia, conforme divulgado no site da empresa.
Em recuperação judicial desde 2016, a Mendes Júnior tenta se recuperar das dificuldades financeiras, mas ainda vêm registrando resultados negativos. No primeiro semestre de 2018, a empresa teve prejuízo de R$ 555 milhões, segundo dados da B3. O valor representa uma piora na comparação com o mesmo período de 2017, quando o resultado ficou negativo em R$ 371 milhões.
Lava Jato
A empreiteira está entre as empresas investigadas pela Lava Jato. No último dia 13, o juiz federal Sérgio Moro determinou a prisão dos ex-executivos da construtora Sérgio Cunha Mendes, Rogério Cunha Oliveira e Alberto Elísio Vilaça Gomes para cumprimento de pena.
Os três tinham sido condenados por Moro em novembro de 2015. O ex-vice-presidente da Mendes Júnior Sérgio Cunha Mendes foi condenado pelo TRF-4 a 27 anos e 2 meses de prisão. Rogério Cunha Oliveira, ex-diretor de Óleo e Gás da empresa, recebeu pena em segunda instância de 18 anos e 9 meses, e Alberto Vilaça, antecessor de Cunha Oliveira no cargo, foi condenado a 11 anos e 6 meses.
Os executivos foram denunciados após a 7ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2014, que investigou irregularidades em contratos da Petrobras com empreiteiras.
O processo teve por objeto contratos e aditivos da Mendes Júnior com a Petrobras na Refinaria de Paulínia (Replan), na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), no Terminal Aquaviário Barra do Riacho, na Refinaria Gabriel Passos, e nos Terminais Aquaviários de Ilha Comprida e Ilha Redonda.
Plano de recuperação judicial
Em 2016, a empreiteira apresentou ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) um plano de recuperação judicial da empresa. O plano faz parte do processo de recuperação judicial da empresa. Na ocasião, o Fórum Lafayette informou que o valor a ser recuperado era de R$ 258 milhões, que corresponde ao montante da dívida, segundo a própria empresa.
No mesmo ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) havia declarado a construtora inidônea. Com isso, ela ficou impedida de fazer contratos com qualquer instituição pública por dois anos. Foi a primeira decisão desse tipo em relação a empresas envolvidas na Lava Jato.
O órgão colheu provas de irregularidades na atuação da construtora Mendes Júnior em contratos da Petrobras de 2004 a 2012. Na investigação, a empresa até admitiu o suborno, mas alegou que a propina foi extorquida por operadores do esquema. Porém, isso não convenceu a CGU.
(Fonte: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2018/08/19 – MINAS GERAIS / Por G1 MG, Belo Horizonte –
(Fonte: http://hojeemdia.com.br/horizontes – HORIZONTES / Da Redação – 19/08/2018)
(Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2018/08/19 – ESTADO DE MINAS – NOTÍCIA / ECONOMIA – 19/08/2018)
(Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2018/08/19 – ECONOMIA / Operação Lava Jato / Por Luciana Dyniewicz De São Paulo – 19/08/2018)