Claude Parent, foi pioneiro da “arquitetura oblíqua”, influenciando grandes nomes da arquitetura atual como Jean Nouvel, Frank Gehry, Renzo Piano, grupo SANAA, entre outros

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Claude Parent: o pioneiro da arquitetura oblíqua

Arquiteto francês foi figura importante nas décadas de 50 e 60

Pensador escreveu mais de 30 livros sobre temas como ecologia, ocupação do espaço público e revolução digital

 

Claude Parent (Neuilly-sur-Seine, 26 de fevereiro de 1923 – Neuilly-sur-Seine, França, 27 de fevereiro de 2016), filósofo da aceleração do mundo, foi o pai da “arquitetura oblíqua” – em que o objeto arquitetônico não se torna visivelmente estável: elementos como piso, as paredes e o teto formam um conjunto estimulante e inclinado, refletindo uma sensação de instabilidade.

Figura importante nas décadas de 50 e 60, Claude, imaginativo, polêmico e desconhecido por muitos, foi pioneiro da “arquitetura oblíqua”, influenciando grandes nomes da arquitetura atual como Jean Nouvel, Frank Gehry, Renzo Piano, grupo SANAA, entre outros.

Nascido em fevereiro de 1923, Parent atendeu a École des Beaux Arts de Toulouse em Paris para estudar arquitetura logo após a guerra. Ainda na Belas Artes, como muito de seus colegas jovens e progressistas, rejeitou a linguagem enrijecida da academia francesa, buscando novas fronteiras no modernismo.

No entanto, nas décadas seguintes, buscou uma arquitetura na qual forma e função transcendiam os ângulos retos da arquitetura moderna. Deixando para trás o modernismo racional e funcional ortodoxo Le Corbusiano, Parent seguia em frente acreditando que arquitetura, ao contrário do que o modernismo ditava, não era “une machine à habiter”.

Foi um precursor do desconstrutivismo, muito antes de ter se tornando uma palavra, criticando agudamente a banalidade estética da arquitetura moderna.

Em 1963, Parent conheceu o teórico francês, filósofo e urbanista parisiense Paul Virilio (1932-2018), com quem viria a desenvolver a Função Oblíqua no manifesto Architecture Principe. A ideia era inclinar o piso para revolucionar o paradigma da parede perpendicular aos planos, buscando descobrir como um corpo vivencia, fisicamente, o espaço. Um plano inclinado implicaria em um esforço para subir e velocidade ao descer, obrigando o corpo a estar ciente do espaço a todo momento.

Décadas depois, grandes nomes da arquitetura, influenciados pelo manifesto de Parent, viriam a praticar o oblíquo na arquitetura. Daniel Libeskind é um deles, ao elaborar o projeto do Museu Judaico em Berlim, onde as formas oblíquas, tanto em planta quanto na estrutura, foram desenhadas com o objetivo de conscientizar o corpo do espaço, tornando a experiência dentro do museu um sentimento de constante desconforto em virtude da temática do museu.

Claude Parent faleceu em fevereiro, um dia após fazer 93 anos.

Jean Nouvel, estagiário de Claude Parent no início da década de 70 e vencedor do Pritzker de 2008, homenageia Parent. Nouvel dedicou muito de suas obras e conquistas ao francês, considerando-o um mentor e professor. Em janeiro, junto com Nouvel, Claude estreou o que viria a ser sua última exposição, “Jean Nouvel/Claude Parent: Musées à Venir”, deixando para trás um legado que ainda influencia novas fronteiras da arquitetura.

(Fonte: https://casavogue.globo.com/Colunas/Studio-Arthur-Casas/noticia/2016/06 – CASA VOGUE – Studio Arthur Casas – NOTÍCIA / POR STUDIO ARTHUR CASAS – 06/06/2016)

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