Autora de ‘A República Mundial das Letras’
‘A língua mundial é a língua do poder’, dizia crítica literária que analisou a dominação linguística
Pascale Casanova (1959 – 29 de setembro de 2018), crítica de literatura francesa
Todos os trabalhos da autora lidam com a questão da dominação linguística. Casanova argumentava que “nacionalismo literário” era uma forma de literaturas dominadas lutarem contra a dominação no espaço internacional literário.
Casanova é autora de “A República Mundial das Letras”, em que a autora descreve o surgimento e desenvolvimento de um espaço literário internacional e autônomo, em oposição à instrumentalização de literatura para a construção de identidade internacionais.
Nesse espaço, há relações de poder desiguais entre as diferentes culturas, dependendo de seu “capital literário” – que pode ser medido a partir do número de obras que entraram para o cânone literário mundial.
As culturas mais antigas e mais bem estabelecidas, portanto, levam vantagens nessa medida: a francesa, a inglesa, a alemã e a russa.
Em seu último trabalho, “La Langue mondiale – Traduction et domination”, (Le Seuil, “A Língua Mundial – Tradução e Dominação), de 2015, Pascale analisa o papel da tradução como uma arma contra a dominação e como uma forma de acumulação simbólica de capital.
Antes de se dedicar inteiramente à academia, Pascale foi uma das críticas literárias mais ativas da mídia francesa.
Pascale Casanova faleceu em 29 de setembro de 2018, aos 59 anos.
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/10 – ILUSTRADA / Livros – 1º.out.2018)