Enzo Bearzot (1927-2010), ex-técnico italiano, comandou a Itália na conquista da Copa do Mundo de 82

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Enzo Bearzot (26 de setembro de 1927, em Aiello del Friuli – Milão, 20 de dezembro de 2010), ex-técnico italiano, comandou a Itália na conquista da Copa do Mundo de 1982. O treinador que levou a Itália a conquistar sua terceira Copa do Mundo em 1982

Bearzot, que, como jogador, se destacou na Inter de Milão e, sobretudo, no Torino. Carrasco do Brasil em 82, Bearzot tinha, entre os treinadores italianos, o recorde de permanência à frente da Azzurra com 104 partidas. Sob seu comando, a seleção italiana ficou ainda em quarto lugar na Copa de 1978. Clubes: Prato (1968-69), Seleção Italiana Sub-23 (1969-75), Seleção Italiana (1977-1986). Bearzot faleceu dia 20 de dezembro de 2010, aos 83 anos. Havia sido submetido a uma cirurgia em 2004, em Milão, Itália.
(Fonte: msn.lancenet.com.br – Futebol – EFE Publicada em 21/12/2010)

Enzo Bearzot, o homem que tirou a seleção italiana de uma seca de 44 anos
“O futebol parece ter-se tornado uma ciência, ainda que nem sempre exata. Mas, para mim, antes e acima de tudo, trata-se de um jogo”. Em uma ideia, este é Enzo Bearzot, uma carreira futebolística como volante antes de uma longa estrada como técnico de seleções italianas. Como jogador, seu melhor resultado foi uma convocação para a seleção, em 1955. Como técnico, se consagrou pelo recorde de jogos como ct azzurro (105 partidas), pelo título inesperado na Copa de 1982 e por seu “extraordinário altruísmo”, na descrição de Gaetano Scirea.

Em 1964, depois de encerrar a carreira de jogador, começou como auxiliar de Nereo Rocco no Torino. O vencedor de duas Copas dos Campeões pelo Milan seria o grande professor de Bearzot. A experiência no Prato, da Serie C, durou só uma temporada. A partir daí começou a fase que consagraria o treinador em âmbito mundial, primeiro na equipe sub-23, depois na principal. No comando da Squadra Azzurra, duraria nove anos: três Copas do Mundo, uma Eurocopa e uma Olimpíada.

A “Era Bearzot” começou logo depois da Copa de 1974, mas viu seu sinal amarelo quando o grupo não conseguiu se classificar para a Euro ’76. Já o sinal verde surgiu na Copa seguinte: apesar do quarto lugar em 1978, os críticos foram quase unânimes ao afirmar que a Itália jogava o melhor futebol do torneio vencido pela Alemanha. Algo que aconteceria de novo na Euro seguinte, disputada na própria Itália, em 1980.

Desde o início, Bearzot planejava modernizar o futebol engessado por Herrera. E tinha no futebol-total holandês sua maior inspiração. Na defesa, logo lançou um jovem Scirea, líbero com bons dotes ofensivos, que depois se tornaria uma lenda italiana. O meio-campo conheceu Tardelli, lateral de origem que era defensor e atacante, à medida que o time precisasse. O ataque passou por Bettega e Graziani para que a pouca mobilidade não travasse seu projeto. Tudo muito bonito e com dois quartos lugares honrosos. Até que, a seguir, veio sua obra prima: Espanha ’82.

Apesar dos elogios, o orgulho de Bearzot estava à prova e o título era a meta de seu trabalho, ainda que seus ideais tivessem de ser sacrificados. No caminho para a Copa, o bom futebol havia sumido e os resultados não empolgavam tanto. O jogo italiano chegava perto da mediocridade e a imprensa pedia a cabeça do técnico. Isso fez com que o torneio começasse com a adoção (pela primeira vez entre os italianos) do silenzio stampa, imposto pelo treinador para que todo o elenco não pudesse falar à imprensa – uma forma de vingar as ferozes críticas dos jornais italianos à sua Nazionale.

A campanha anti-Bearzot durou pelo menos até a histórica partida em que Paolo Rossi marcaria três gols contra o Brasil de Zico, depois de tirar do páreo a Argentina de Maradona. E fazer de todo o resto somente história. Do mundo que sabe que Rossi é um dos maiores carrascos da história do futebol brasileiro, nem todos conhecem seus dois anos de suspensão que se encerraram pouco antes da Copa. E nem que Bearzot o bancou no time titular contra tudo e todos até que o camisa nove fosse ovacionado contra o hoje decantado time de Telê Santana.

O torneio terminou com um título que finalmente voltava à Itália, depois de 44 anos. Uma vitória do grupo, pela capacidade de gestão que possuía Bearzot – no melhor estilo imortalizado no Brasil pela “família Scolari” de 2002. Mas também uma vitória técnica e tática herdada de Nereo Rocco e Fulvio Bernardini, posta em prática por Enzo Bearzot. Um homem forte demais para o dia-a-dia do futebol italiano, que logo tratou de colocá-lo às suas margens.

Itália ’82
Tecnicamente, o time tricampeão mundial não chegava aos pés de Argentina e Brasil, as equipes mais espetaculares daqueles anos. Mas sua eficácia era maior. Zoff, com seus 40 anos, fazia milagres entre as traves para se consagrar o melhor goleiro daquele Mundial. Não bastasse, tinha à sua frente a dupla de laterais Gentile-Cabrini fechando a defesa com Scirea e Collovatti ou o jovem Bergomi. No meio, o incansável Oriali suportava os ótimos Tardelli, Conti e Antognoni. O ataque com Rossi e Graziani, quem diria, era o ponto fraco. Mas quem estava em Madri naquele 11 de julho de 1982 nem percebeu isso.
(Fonte: www.quattrotratti.com – QUARTA-FEIRA, 28 DE OUTUBRO DE 2009)

O técnico Enzo Bearzot, campeão da Copa do Mundo de 1982 pela seleção italiana
Bearzot assumiu o comando da seleção da Itália em 1975 e liderou a equipe nos Mundiais de 1978, 1982 e 1986. Em 1982, na Espanha, a Itália derrotou a Alemanha na final por 3 a 1, depois de passar por Argentina e Brasil na segunda fase e pela Polônia nas semifinais.

Na Copa de 1982, Paolo Rossi voltou de uma suspensão de dois anos por sua participação em um escândalo de manipulação de resultado e terminou o torneio como principal artilheiro, com seis gols, além de ter sido o principal algoz do Brasil. “Enzo Bearzot foi um dos maiores da Itália e os italianos já não têm dúvidas sobre isso”, disse Rossi. “Ele era como um pai para mim e sem ele eu nunca teria conseguido o que eu fiz”.

O defensor Giuseppe Bergomi tinha apenas 18 anos na Copa do Mundo de 1982, mas foi uma peça-chave da Itália, atuando ao lado de Gaetano Scirea, Antonio Cabrini e Claudio Gentile. “Ele era o tipo de treinador que lhe dá grande confiança em si mesmo”, disse Bergomi à Sky Sport Italia. “Ele me ajudou a desenvolver como jogador e soube tirar o melhor proveito da sua equipe”.
Bearzot nasceu em Aiello, no nordeste da Itália, em 27 de setembro de 1927 e jogou como meio-campista por Inter de Milão, Catania e Torino. Além disso, foi convocado uma vez para defender a Itália. Antes de assumir a seleção italiana, ele foi treinador da equipe sub-23, entre 1969 e 1975.
Com Bearzot, a Itália terminou em quarto lugar no Mundial de 1978 e na Eurocopa de 1980. Depois de não classificar a seleção para a Eurocopa de 1984, ele foi criticado por apostar nas estrelas campeãs da Copa de 1982 para o Mundial de 1986. Com jogadores como Marco Tardelli, Bruno Conti e Scirea longe do auge, a Itália perdeu nas oitavas de final para a França.

Assim, Bearzot foi demitido após a derrota, depois de ter dirigido a Itália em 104 partidas. Ele voltou a trabalhar na Associação de Futebol Italiano em 2002 como presidente de seu setor técnico e ocupou o cargo até 2005.

(Fonte: www.estadao.com.br – AE – Agência Estado – 21 de dezembro de 2010)

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