Ramiro Elysio Saraiva Guerreiro (Salvador (BA), 1918 – 19 de janeiro de 2011), chanceler do governo Figueiredo
Durante todo o governo Figueiredo (1979-1985), coube a Ramiro Saraiva Guerreiro comandar o Itamaraty.
Filho de um médico, ele nasceu em Salvador (BA). Antes de ir para o Rio de Janeiro, onde se formou em ciências jurídicas e sociais em 1939, chegou a ser escrivão de polícia.
Em 1945, concluiu estudos no Instituto Rio Branco e, no ano seguinte, foi ser terceiro-secretário na missão brasileira na ONU, em Nova York.
Passaria pelas embaixadas brasileiras na Bolívia, Espanha, EUA e Uruguai. Foi ainda secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores e embaixador na França. Até que se tornou ministro.
O grupo que o cercava ficou conhecido como Barbudinhos do Itamaraty, por ser uma corrente progressista.
No período, Guerreiro valorizou a relação com os países vizinhos e com a África. Também fez a primeira viagem à China comunista.
Durante a guerra das Malvinas, reafirmou apoio à soberania argentina. E travou acordo com a Argentina para o funcionamento de Itaipu.
Foi ainda embaixador extraordinário para assuntos da dívida externa no governo Sarney. Defendeu a volta do país, em moratória, ao FMI.
Era lembrado pela boa memória e pelo apelido de Soneca. Brincavam que ele era o único diplomata capaz de dormir enquanto discursava.
Também o criticavam por ter criado duas embaixadas do Brasil na Áustria e outras duas em Londres. Em 1992, lançou “Lembranças de Um Empregado do Itamaraty”.
Morreu dia 19 de janeiro de 2011, aos 92, de complicações respiratórias.
(Fonte: www1.folha.uol.com.br – ESTÊVÃO BERTONI – 21/01/2011)