Fez o primeiro transplante renal com êxito no Brasil
Geraldo Campos Freire (São Paulo, 1910 – São Paulo, 2 de janeiro de 1975), médico pioneiro dos transplantes renais no Brasil. Diretor do Departamento de Urologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, cargo que ocupou até morrer. Em 1965 fez o primeiro transplante renal com êxito, repetindo a operação, desde então, mais 280 vezes; criador da urologia pediátrica e da primeira seção de urologia ginecológica do país, na Faculdade de Medicina da USP. Campos Freire morreu no dia 2 de janeiro de 1975, aos 64 anos, de síncope cardíaca, em São Paulo.
(Fonte: Veja, 8 de janeiro, 1975 Edição 331 DATAS – Pág; 67)
Jerônymo Geraldo de Campos Freire (1910 – 1975)
Médico urologista e cirurgião brasileiro nascido em São Paulo, que com sua equipe realizou o primeiro transplante de um órgão sólido no País, um rim, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (1965), cujo paciente viveu onze anos com o rim funcionando perfeitamente sem nenhum problema de rejeição, inclusive vindo a morrer de hepatoma, provocada pelo vírus B, no Hospital das Clínicas. Ele trouxe da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos (1964), um filme de 16 milímetros, o máximo da tecnologia da época, e reuniu em sua casa uma equipe do Hospital das Clínicas para assisti-lo. As imagens mostravam um transplante renal praticado em cachorros, mas ajudou a revolucionar a medicina brasileira, pois um ano depois, a mesma equipe que assistiu ao filme, liderada por ele, realizava o primeiro transplante de rim em humanos no Brasil, no HC de Ribeirão Preto, São Paulo. Além dele integraram equipe médica que realizou o primeiro transplante renal era formada pelos médicos Menezes de Góes, Nelson Montellato, Arnaldo Cosatto, Geraldo Verginelli, Alfredo Cabral e Milton Borrelli e também seu filho Geraldo como estagiário e contando com o suporte nefrológico do professor Emil Sabbaga.
A polêmica cirurgia levou o conselho de ética do famoso hospital por recriminá-lo severamente, acusando-o de ter feito experiências com humanos. A ousadia, no entanto, deu certo e o paciente, o empresário Walter de Oliveira, viveu mais oito anos com o rim transplantado, morrendo de um tumor, que nada tinha a ver com o órgão renal. Essa cirurgia precedeu o famoso transplante de coração, feito pela equipe do cardiologista Jesus Zerbini e três anos depois do primeiro transplante de rim, ele e seu filho também participavam do primeiro transplante de coração. Com o passar dos anos, a Unidade do Transplante Renal, dentro da Clínica Urológica, foi depois dirigida por Menezes de Góes, Sami Arap e Marmo Lucon produzindo inúmeros trabalhos que difundiram valiosos conhecimentos para o Brasil e para o mundo. Hoje, o programa de transplantes renais no Brasil é internacionalmente conhecido como um dos mais ativos, e a Unidade de Transplantes Renais inicialmente dirigida por Sabaga e posteriormente por Luis Estevam Lanhez, deve muito de seu mérito a este primeiro passo. Foi pai do famoso médico cirurgião e urologista paulista Geraldo de Campos Freire do mesmo Hospital das Clínicas e várias vezes premiado.
(Fonte: www.dec.ufcg.edu.br)
Geraldo de Campos Freire
Médico urologista e cirurgião brasileiro nascido em São Paulo, capital do Estado de São Paulo, que na equipe médica do pai, realizou (1965) o primeiro transplante de rim em humanos inter-vivos no Brasil. Filho do famoso cirurgião paulista Jerônymo Geraldo de Campos Freire, cursou o ensino médio no Colégio São Luiz (1952-1959) e a graduação em medicina na Universidade de São Paulo (1961-1966), com especialidade em clínica cirúrgica. Era quartanista de medicina quando integrou a equipe de cirurgiões que realizou pela primeira vez no Brasil (1965) um transplante de rim com doação inter-vivos. Pioneiro, muito antes do transplante de coração (1968) o paciente, Walter de Oliveira, conviveu 8 anos com o rim transplantado e veio a falecer (1973) com o órgão enxertado funcionando normalmente.
Fez residência médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1966-1968) especializando-se em Cirurgia Urológica. Tendo como orientador (1970-1973) o professor Gilberto Menezes de Góes, defendeu a tese Avaliação da implantação ureteral extra-vesical no alotransplante de rim (1973) e obteve o doutorado em Urologia pela Universidade de São Paulo (1973).
Obteve a Livre-docência da USP, Brasil (1976) defendendo o trabalho Complicações urológicas do alotransplante renal e tornou-se (1987) Professor Associado do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e, no mesmo ano, Chefe do Setor de Endoscopia, Responsável pelo Grupo de Próstata e pelo Grupo de Tumores Vesicais, todos do Hospital das Clínicas. Dedicou-se a uma linha de pesquisa, Métodos diagnósticos e terapêuticos da hiperplasia prostática benigna, com trabalhos como Contribuição para o estudo dos parâmetros prostáticos no paciente transplantado renal (1990-1995), Avaliação tardia da incisão transuretral da próstata, no tratamento da hiperplasia benigna (1994-1998) e Frequência do adenocarcinoma incidental de próstata (1995-1999). Também detém muitos prêmios e títulos como o Hors Concurs, Jornadas Internacionales Del cinema Médico (1969) e o Prêmio Alvaro Cumplido Sant’Anna, XVIII Congresso Americano de Urologia, IV Congresso Latino-Americano de Urologia Infantil (1986). Já publicou dezenas de artigos completos em periódicos nacionais e internacionais e o livro O prazer de viver bem com a sua próstata (1999) e participou de inúmeras Bancas Examinadoras para Exames de Qualificação, Dissertações de Mestrado, Teses de Doutorado, Livre Docência e Concursos Públicos.
(Fonte: www.dec.ufcg.edu.br)