Física brasileira Elisa Frota Pessôa foi pioneira em física no Brasil
Membro-fundadora do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, cientista decidiu seguir carreira como física numa época em que as mulheres ainda eram excluídas do meio acadêmico.
Física foi uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, sendo uma das responsáveis pela primeira publicação do órgão
Considerada uma das pioneiras da física brasileira, Elisa Esther Maia Frota Pessôa (Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1921 – Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, 28 de dezembro de 2018), foi uma das primeiras físicas brasileiras, foi uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).
A física Elisa Frota-Pessoa foi a segunda mulher (junto com Sonja Ashauer) a se graduar em física no Brasil – a primeira foi Yolande Monteux. Elisa fez parte do grupo de pioneiros da física brasileira, que se graduaram no início da década de 40, como José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Cesar Lattes, Marcelo Damy, Mario Schenberg e Bernardo Gross.
Elisa graduou-se em Física em 1942, pela Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), na antiga Universidade do Brasil, sendo uma das primeiras mulheres brasileiras a se formar como física no país, segundo o Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Membro-fundadora do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), instituição hoje ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Elisa decidiu seguir os rumos da ciência numa época em que as mulheres ainda eram excluídas do meio acadêmico.
Ainda na faculdade, casou-se com o geneticista Oswaldo Frota Pessôa, que fora seu professor durante a época do ginásio. O casal, que se separou em 1951, teve dois filhos, Sonia e Roberto. Após a separação, a física passou a viver com o físico Jayme Tiommo (1920-2011), também membro-fundador da CBPF.
Nascida em 17 de janeiro de 1921, Elisa decidiu seguir a carreira como física experimental ao se formar, em 1942, na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), que mais tarde seria a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ao lado de Sonja Ashauer, Elisa é considerada a segunda mulher no Brasil a se graduar em Física.
Ainda no curso de graduação, a futura cientista, aos 18 anos, se casou com professor Osvaldo Frota Pessôa, com quem teve Sônia e o cirurgião geral Roberto Frota Pessôa.
Dois anos após se formar, em 1944, Elisa foi contratada para das aulas da FNFi. Já em 1965, a física se juntou a outros acadêmicos para trabalhar na Universidade de Brasília. Quatro anos depois, foi aposentada compulsoriamente pelo regime militar, um ano após a decretação do Ato Institucional Número Cinco (AI-5), quando dava aulas na Universidade de São Paulo (USP).
Elisa trabalhou em universidades da Europa e dos Estados Unidos, além de contribuir para a formação de dezenas de físicos brasileiros.
lisa Esther Maia Frota Pessôa morreu aos 97 anos, dia 28 de dezembro de 2018, devido a complicações de uma pneumonia. Ela estava internada havia 15 dias no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/12/28 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por Nicolás Satriano, G1 Rio –
(Fonte: https://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia – TECNOLOGIA E CIÊNCIA / Por Giovanna Borielo, do R7* 29/12/2018)
*Estagiária do R7, sob supervisão de Leonardo Martins
Foi uma das mulheres pioneiras em Física no Brasil
Uma das pioneiras da Física brasileira, Elisa Esther Maia Frota Pessôa foi uma das três primeiras mulheres a se graduar em Física no Brasil.
Nascida em 17 de janeiro de 1921, Elisa se formou em 1942, na Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), que mais tarde seria a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Decidiu seguir carreira como física experimental, e, apenas dois anos depois de se formar, foi contratada para dar aulas na mesma universidade.
Elisa foi uma das fundadoras, em 1949, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que é hoje ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Foi de autoria dela, ao lado da colega pesquisadora Neusa Margem — outra pioneira na área —, o primeiro estudo científico publicado pela instituição, apenas um ano depois de sua fundação. A então jovem física se tornou, nessa época, chefe da Divisão de Emulsões Nuclerares do CBPF, cargo que ocupou até 1964.
Família conservadora
Todas essas conquistas vieram apesar do conservadorismo do pai de Elisa, Juvenal Moreira Maia, que defendia que a principal “carreira” de uma mulher deveria ser o casamento.
A grande virada para Elisa, conta a filha, foi ter estudado na Escola Paulo de Frontin, ainda no ensino fundamental. Com uma parcela significativa de professores progressistas e que a incentivavam a seguir carreira nas ciências, ela ganhou confiança para se matricular no curso universitário.
Ela chegou a pensar em fazer Engenharia, mas se apaixonou por Física no colégio. Ela se convenceu de que Fisica era uma carreira possível.
Luta contra sexismo
Sônia se lembra, no entanto, de ouvir a mãe contar um episódio de sexismo sofrido por ela no dia em que levou para a escola seu primeiro dever de casa de Física feito — com todas as questões corretamente resolvidas.
— O professor perguntou se ela tinha um irmão ou um pai que fosse bom em Física. Não acreditou que ela tinha capacidade de fazer tudo sozinha. Mas ela, de pronto, respondeu que, se ele tivesse dúvida, era para chamá-la para resolver as questões no quadro. Ele ficou envergonhado e, a partir daí, passou a chamá-la para ser sua auxiliar, ajudando os colegas que tinham dificuldade — diz Sônia.
Além de ter seguido carreira na ciência numa época em que as mulheres eram excluídas dessa área, Elisa enfrentou outros tipos de preconceito, como o fato de ter se separado num período anterior à Lei do Divórcio.
Aos 18 anos, ainda durante a graduação, ela se casou com um antigo professor, o biólogo Oswaldo Frota-Pessoa, com quem teve seus dois filhos. Mas se separou do marido em 1951, e passou a viver com o também físico Jayme Tiomno, com quem ficou até o fim da vida.
O divórcio só seria legalizado no Brasil em 1977.
Perseguição durante a ditadura
Em 1969, quando Elisa dava aulas na Universidade de São Paulo (USP), ela foi aposentada compulsoriamente pelo regime militar. O Ato Institucional Número Cinco (AI-5) havia sido decretado apenas um ano antes.
— Ela não tinha nenhuma atividade política, mas tinha ideias políticas. Representava uma força nova na universidade, e as forças mais retrógradas se opunham. Era uma perseguição devido à renovação que minha mãe e seus colegas estavam causando — afirma Sônia.
Elisa trabalhou também fora do país, em universidades da Europa e dos Estados Unidos, além de contribuir para a formação de muitos de físicos brasileiros.
— Até 20 dias atrás, mamãe estava andando bem, estava ativa, com uma qualidade de vida excelente. Ela teve uma vida boa — avalia a filha.
Elisa trabalhou os 70 anos de idade, quando foi obrigada a se aposentar.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade – SOCIEDADE / Por Clarissa Pains – 29/12/2018)